Apesar de considerar um arranque de ano escolar «tranquilo», o ministro da educação não esconde o «flagelo» pela falta de professores. São quase 200 mil alunos sem aulas a pelo menos uma disciplina no início do novo ano lectivo e Fernando Alexandre tem uma meta estrutural: «Temos que acabar com o flagelo da falta de professores, para cumprir com a Constituição».
As declarações do governante foram proferidas ao início da tarde, em Vila Verde, onde presidiu à cerimónia de inauguração das obras de requalificação da EB 2-3, um investimento a rondar 1,4 milhões de euros, comparticipado a 85% pelo FEDER.
«Existem falhas graves», admitiu Fernando Alexandre, escudando-se no pouco tempo ainda na tutela da pasta, mas também fez questão de sublinhar que «o sistema educativo tem tido sucessos extraordinários. Sou professor há muitos anos, na Universidade do Minho, e noto que a qualidade dos alunos, e termos de competências, tem evoluído muito. Temos melhores alunos, o que significa que temos melhor ensino».
Para melhorar, o governante assegura que vai «continuar a ouvir e a dialogar com todos. As pessoas estão mais tranquilas e concentradas na educação».
CONSELHOS AO GOVERNO E PEDIDOS À CÂMARA
Num dia «muito importante» para as escolas de Vila Verde, o diretor do Agrupamento de Escolas de Vila Verde, Alberto Rodrigues, dirigiu alguns «conselhos e reflexões ao ministro. Desde logo sobre «repensar o desporto escolar, atenuar a burocracia, a carga horária dos alunos e os objetivos da componente não letiva». E, sobretudo, permitir aos alunos e pais/encarregados de educação «escolher a escola que querem frequentar».
Lembrando que «a escola é de todos e para todos» e que o projeto educativo tem como lema “Antecipar o futuro com exigência”, solicitou ao Governo e à câmara municipal «ajuda para a renovação dos equipamentos informáticos. E o futuro é já hoje», sublinhou.
OBRAS EM GÊME, BARBUDO E CENTRO ESCOLAR DE VILA VERDE VÃO AVANÇAR
Na resposta, a presidente de câmara, Júlia Fernandes, assegurou que «esse será um pedido para satisfazer em breve». E foi mais longe: «estamos comprometidos em avançar com a requalificação e valorização as escolas de Gême, Barbudo e do Centro Escolar».
A autarca, que não escondeu a sua satisfação pelo momento de inauguração, «e pelos passos que se têm dado para concretizar um ensino de qualidade em Vila Verde», destacou que «todos fazem parte deste processo».
Aliás, o município assume agora «responsabilidades acrescidas» após as transferências na área da educação. E o ministro da educação fez questão de referir que «a descentralização é ainda maior responsabilidade para o Governo. Se as câmaras falharem, as responsabilidades maiores serão do Governo».
As obras hoje inauguradas, de requalificação e modernização das instalações da Escola Básica de Prado e da Escola Básica de Vila Verde, representaram um investimento total na ordem dos 2,9 milhões de euros, com financiamento em 85% do Fundo Europeu de Desenvolvimento Regional (FEDER), através do Programa Operacional Regional Norte 2020.
ovilaverdense@gmail.com
