Na primeira mensagem de Natal do mandato, o primeiro-ministro considera que Portugal é um «dos países mais seguros do mundo», mas alerta que é necessário salvaguardar «esse ativo para não o perdermos».
Montenegro aponta à criação «riqueza» como solução para estancar a saída de portugueses para o estrangeiro.
Dirige-se a todos os sectores da população, com especial enfoque nos pensionistas e nos jovens.
Luís Montenegro destacou que Portugal é um “referencial de estabilidade” num contexto de convulsões no mundo e estagnação e défice na Europa. O chefe de Governo lembrou também várias medidas do Orçamento do Estado para o próximo ano, depois de um 2024 “de viragem e mudança”. Assinalou ainda a importância de “salvaguardar” a posição do país como “um dos mais seguros do mundo”.
Numa mensagem com pouco mais de cinco minutos, o primeiro-ministro dirigiu-se aos portugueses na primeira quadra natalícia após a viragem política das eleições legislativas de 2024.
Um dos destaques desta declaração passou por destacar o papel de Portugal como pais responsável com um Governo que procura valorizar salários e pensões sem descurar no equilíbrio orçamental.
“Num mundo em convulsão, com guerras militares e comerciais a gerar incerteza e imprevisibilidade, numa Europa apreensiva com a estagnação da Alemanha e o défice e endividamento da França, Portugal é um referencial de estabilidade, e um país de oportunidades”, vincou.
Luís Montenegro assinalou que o Governo em funções desde abril tem assegurado “rigor e equilíbrio orçamental”, ao mesmo tempo que garante as medidas para “baixar impostos e valorizar salários e pensões”.
“O ano que agora termina foi um ano de viragem e de mudança”, resume.
Atualizações das pensões “sem truques”
O primeiro-ministro garantiu que o novo executivo, que “trouxe prioridades e novas opções”, não pretende “criticar o passado”, mas antes “cuidar do presente e construir o futuro”.
“Estamos a resolver questões mais urgentes, ao mesmo tempo que vimos implementando transformações estratégicas e estruturais”, disse Montenegro, dando destaque à redução de impostos “sobre o trabalho e sobre as pensões”.
“Aprovámos mesmo o primeiro orçamento de que há memória que não aumenta um único imposto”, afiançou. Entre as medidas destacadas, o primeiro-ministro assinalou o aumento do salário mínimo nacional, a valorização dos salários dos trabalhadores do Estado e “setores-chave” da Administração Pública, e ainda a atualização “sem truques” das pensões.
“Aumentámos duas vezes o complemento solidário para idosos e utilizámos uma parte da disponibilidade orçamental para atribuir um suplemento extraordinário às pensões até 1.527 euros”, lembrou.
Luís Montenegro focou-se também nas “medidas impactantes” para os jovens. “Queremos que fiquem e trabalhem em Portugal, junto dos seus amigos, pais e avós”, vincou.
Segurar os mais jovens
Nesta mensagem de Natal, houve duas referências em momentos separados à permanência dos mais jovens no país.
“Só criando mais riqueza conseguiremos juntar os pais e os avós com os filhos e netos de Portugal em Portugal, cumprindo a essência da democracia e da justiça que é a igualdade de oportunidades”, concluiu.
“Salvaguardar” o ativo da segurança e imigração regulada
Luís Montenegro adiantou ainda que o Governo irá “continuar a reforçar os serviços de saúde e a garantir uma escola pública de qualidade”, sem esquecer também a “mobilidade verde” e “melhores transportes públicos”, numa economia “amiga e parceira da sustentabilidade ambiental”.
E lembrou a situação na habitação, prometendo “executar o maior investimento em habitação pública desde o realizado nos anos 90” e “incentivar a construção para a venda e arrendamento de casas a valores moderados”.
O primeiro-ministro destacou ainda a necessidade e promover “uma imigração regulada”, de forma a “acolher com dignidade e humanismo aqueles que escolherem viver e trabalhar no nosso país”.
Como foco na segurança, o chefe de Governo prometeu o combate à “criminalidade económica, o tráfico de droga e a criminalidade violenta”
“Somos um dos países mais seguros do mundo, mas temos de salvaguardar esse ativo para não o perdermos”, assinalou.
A “inspiração” de várias efemérides
O primeiro-ministro lembrou nesta mensagem de Natal que 2024 foi o ano em que se assinalaram os 500 anos do nascimento de Luís de Camões e da morte de Vasco da Gama, “símbolos maiores da nossa história, da nossa cultura, do nosso universalismo”.
Mas foi também ano de celebrar os 50 anos do 25 de Abril e os “90 e 100 anos de nascimento de dois artífices da nossa democracia, respetivamente Francisco de Sá Carneiro e Mário Soares”.
Montenegro disse esperar que estas efemérides transmitam “inspiração aos portugueses”.
O primeiro-ministro dirigiu uma “palavra especial” aos que se encontram “mais sozinhos e desprotegidos”, em particular as vítimas de violência, “mulheres e crianças que vivem ou viveram o terror desumano do ataque à sua dignidade”.
Montenegro lembrou também os “doentes, desempregados, ou que vivem em situação de pobreza”.
“Estamos a fazer tudo para vos ajudar a ultrapassar as dificuldades e a abrir o horizonte de esperança para o vosso futuro”, garantiu.
E em dia de Natal, agradeceu aos soldados ausentes do país em missões de paz e segurança e também aos que trabalham nesta quadra natalícia, nos hospitais, forças de segurança, entre outras áreas, reconhecendo-lhes um espírito de solidariedade “impagável”.
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Com Agências