Álvaro Barreto morreu esta segunda-feira, aos 84 anos. O antigo ministro e ex-dirigente do PSD estava internado há vários meses num hospital em Lisboa. Álvaro Barreto trabalhou em conjunto com seis primeiros-ministros: como Carlos Mota Pinto, Pinto Balsemão, Sá Carneiro, Mário Soares, Cavaco Silva e Pedro Santana Lopes.
O ex-governante passou pelas pastas do Estado, das Actividades Económicas. Foi ainda ministro do Trabalho no Governo de Santana Lopes, e geriu os ministérios da Indústria, da Agricultura, da Integração Europeia, do Comércio e do Turismo.
Licenciado em engenharia civil e com um percurso profissional de gestor empresarial – destacou-se nas presidências da TAP e da Soporcel -, Álvaro Barreto exerceu pela primeira vez funções governativas em 1978, num governo liderado por Mota Pinto e que resultou de iniciativa do então Presidente da República, Ramalho Eanes. Nesse governo, exerceu as funções de ministro da Indústria e da Tecnologia.
No VI Governo Constitucional, liderado por Francisco Sá Carneiro (da Aliança Democrática PSD/CDS/PPM), Álvaro Barreto foi ministro da Indústria e da Energia, transitando para a pasta da Integração Europeia no executivo seguinte (também da AD) chefiado por Francisco Pinto Balsemão.
Com a formação do governo do ‘Bloco Central’, de coligação entre o PS e o PSD, tendo como primeiro-ministro Mário Soares, passou a exercer as pastas do Comércio e do Turismo.
Álvaro Barreto fez depois parte dos dois primeiros dos três governos liderados por Aníbal Cavaco Silva, tendo sido ao longo de seis anos (1985/1991) ministro da Agricultura e das Pescas.
Exerceu pela última vez funções governativas em 2004, no XVI Governo Constitucional de Pedro Santana Lopes, tendo desempenhado o lugar de ministro de Estado, da Economia e do Trabalho.
Na legislatura entre 1991 e 1995, durante o segundo Governo de maioria absoluta de Cavaco Silva, Álvaro Barreto foi deputado no Grupo Parlamentar do PSD.
POLIFACETADO
No plano político, enquanto deputado, sobretudo na segunda metade dessa legislatura (1993/1995), destacou-se como um dos principais críticos da situação interna do seu partido e do governo.
O Presidente da República, Marcelo Rebelo de Sousa, lembrou Álvaro Barreto como uma personalidade que ajudou a “desbravar” e “consolidar” a “modernização do país e a integração europeia”.
“Inteligente, rápido, polifacetado, com um grande, e por vezes cáustico, sentido de humor, excelente desportista”, foram as palavras do fundador do PSD Francisco Pinto Balsemão para o amigo Álvaro Barreto.
Já o antigo chefe de Estado Cavaco Silva lembrou a “elevada competência, capacidade de negociação e coragem”, considerando que a competitividade da agricultura portuguesa “muito deve” ao seu ex-ministro.
O PSD lembrou a “vida dedicada à causa pública” de Álvaro Barreto. A direcção do PSD, liderada por Rui Rio, ainda “relembra o seu legado” e enviou condolências à família.