Entrou na fase final (e decisiva) a reclassificação do Mosteiro de Tibães, Braga, como Monumento Nacional. Está em consulta pública.
Localizado na freguesia de Mire de Tibães, Braga, o Mosteiro, sob a tutela da Direção Regional de Cultura do Norte, é um dos mais visitados da região e vê agora o conjunto monumental – igreja, mosteiro, fontes e construções arquitetónicas da cerca – reconhecido como de interesse nacional.
Durante os próximos 30 dias, o projeto de reclassificação do Mosteiro de São Martinho de Tibães como Monumento Nacional estará em consulta pública. Classificado como Imóvel de Interesse Público desde 1944, o Mosteiro de Tibães vê agora reconhecido o conjunto monumental, daquela que foi casa-mãe dos beneditinos em Portugal.
O anúncio feito a 31 de julho, em Diário da República. Surge depois do parecer favorável da Secção do Património Arquitetónico e Arqueológico do Conselho Nacional de Cultura, datado de 8 de março de 2023.
O MOSTEIRO
Localizado na freguesia de Mire de Tibães, o Mosteiro de São Martinho de Tibães foi fundado em finais do século XI. O Mosteiro beneditino recebeu Carta de Couto em 1110, pela mão dos condes D. Henrique e D. Teresa, pais de D. Afonso Henriques, que viria a ser o primeiro rei de Portugal.
Silêncio, obediência, pobreza, oração e trabalho faziam parte da Regra Beneditina seguida pelos monges. O Mosteiro cresceu em privilégios e poder até ao século XIV e foi escolhido após o Concílio de Trento, em 1567, para ser Casa-mãe da Congregação de São Bento dos Reinos de Portugal.
Atingiu o seu máximo esplendor nos séculos XVII e XVIII, ao ser transformado num dos maiores conjuntos monásticos do Portugal barroco.
Constituído pela igreja, alas conventuais e espaço exterior delimitado pela cerca de clausura, o Mosteiro de São Martinho de Tibães encerrou em 1834, data que marca a extinção das Ordens Religiosas em Portugal. Com praticamente todos os bens e edifício vendidos em hasta pública, em 1986 o Estado Português inicia a sua recuperação, estudo e restauro.
Hoje é possível percorrer, ver e sentir os espaços e os seus tempos, num “Museu Monumento” e num “Jardim Histórico” que se estende por cerca de 40 hectares, até à cerca.
A reabilitação de todo o complexo monástico continua e já no início do corrente ano foram concluídos os trabalhos na capela-mor da igreja, ao abrigo do Programa Operacional Norte 2020, estando ainda previsto um investimento de cerca de 3 milhões de euros, através do Plano de Recuperação e Resiliência (PRR).
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