O presidente da ATAHCA – Associação de Desenvolvimento das Terras Altas do Homem Cávado e Ave associou-se às inúmeras mensagens de condolências à família e amigos do artista plástico Arlindo Fagundes, falecido esta quinta-feira.
Poucas horas depois de ser conhecida a morte do autor do busto de Variações, colocado no cemitério de Fiscal, em Amares, Mota Alves escrevia no grupo Democratas de Braga no Whatsapp que Arlindo Fagundes “marcou uma época como ceramista, pela inovação, pela criatividade e pela ousadia em criar o que muitos não acreditavam ser possível numa determinada época”.
Recorda que o artista, militante do PCP, natural de Ovar, mas residente em Braga há décadas, recriou “peças de artesanato de outrora, como a panela de barro preto de Prado de três pés” que lhe permitiu obter o 1.º prémio de artesanato na FIA.
“Recordar a exposição das suas peças de cerâmica que produzia na Vila de Prado, que foi organizada na Biblioteca Professor Machado Vilela, é lembrar um momento de promoção cultural marcante para o território”, afirma.
O presidente da ATAHCA recorda “um Homem que respeitava e dialogava com pessoas de ideologias diferentes, sempre com a abertura de ouvir opiniões diferentes sem abdicar dos seus ideais”.
“Recordo e recordarei Arlindo Fagundes como um Homem com quem se podia falar de política e de cultura”, conclui Mota Alves.
Arlindo Fagundes nasceu em Ovar, distrito de Aveiro, em 3 de Julho de 1945, e frequentou a Escola Superior de Belas Artes de Lisboa. A sua formação passou também pelo Conservatoire Libre de Cinéma Français, onde se diplomou como realizador de Cinema em 1973, durante o seu exílio em França (1967-1974), tendo aderido ao PCP em 1968, de acordo com a biografia patente na Infopédia.
Como caricaturista, colaborou nos jornais regionais Correio do Minho, Minho e A Patada, todos de Braga, para além do República, Sempre Fixe, O Norte Popular (do Porto) e A Alavanca, jornal da Intersindical, com a particularidade de neste último ter realizado uma série de tiras de BD.
As ilustrações para a colecção infanto-juvenil ‘Uma Aventura’, a personagem Pitanga ou o busto de António Variações, colocado em Fiscal (Amares), na terra natal do cantor, são alguns dos seus trabalhos mais reconhecidos.
O funeral será no sábado, às 16h00, no tanatório de Braga. O corpo vai estar em câmara ardente numa sala do mesmo tanatório, a partir das 09h00 de sábado.