VILA VERDE

VILA VERDE -

Mulher de 91 anos diz-se enganada por casal que iria cuidar dela até morrer

Share on facebook
Share on twitter

TÓPICOS

Share on facebook
Share on twitter

TÓPICOS

Uma mulher de 91 anos, de Vila Verde, reclama no Tribunal cível local, a um comerciante da sede do Concelho, a devolução de 40 mil euros e de cinco prédios rústicos. Diz que doou a verba e os terrenos agrícolas sem ter a consciência do que estava a fazer. O visado contestou garantindo que a idosa sabia perfeitamente o que estava a fazer quando fez as doações.

O caso – diz o advogado dela, João Araújo Silva – remonta a 2020, quando o réu e a mulher, que conheciam a senhora, a convidaram a ir viver para sua casa, na zona de Pico de Regalados, dizendo-lhe que ali poderia ficar até morrer, sob os seus cuidados. Em contrapartida, ela daria 40 mil euros em dinheiro, o que aconteceu. Antes disso, na versão do jurista, haviam-na convencido, sem que ela disso tivesse perfeita noção, a doar os cinco terrenos, por uma quantia simbólica, 34, 69 euros.

O comerciante tê-la-á, ainda, convencido, de seguida, a vender-lhe a casa por 40 mil euros e a transacção fez-se embora a dona nunca tenha recebido o respectivo cheque. Uma venda fictícia que o casal comprador já aceitou desfazer, recomprando ela, sem nada pagar, o dito apartamento. Isto, porque, ao fim de três meses, a idosa e o casal desentenderam-se pelo que ela regressou à sua própria casa.

O jurista que a defende entende que os dois negócios são nulos já que a alegada vítima, devido à idade, e porque já ouve mal, assinou os documentos de venda, «convicta de que estaria a assinar os papéis para ir morar na casa do comerciante». «Além disso, tem quadro depressivo reactivo, alteração do discurso e comportamento, com períodos frequentes de desorientação temporal e espacial», argumenta na petição Inicial.

Ou seja, «não tinha consciência de que estava a doar todos os seus prédios», sustenta o advogado. «Tal facto constitui uma nulidade, dado que o negócio jurídico entre as partes se encontra viciado por erro na declaração», acrescenta.

Conclui invocando, entre outras razões que se prendem com o Código Civil, que o dito comerciante incorreu em «enriquecimento sem causa», pelo que ambos os negócios devem ser anulados e quer a restituição dos prédios rústicos e dos 40 mil euros (com juros).

NÃO É VERDADE

Na contestação, o advogado dos réus, Reinaldo Veloso Martins, argumenta que os vários negócios foram feitos pela mulher com plena consciência do que estava a fazer, ou seja, sabedora de que estava a doar o dinheiro e os prédios.

Diz que ela aceitou doar os cinco terrenos como pagamento por tudo o que de bom o casal lhe havia feito nos últimos anos. Salienta que, na escritura de revenda do apartamento, num documento intitulado “Resolução Extrajudicial de Litígio”, ficou escrito – e assinado pelas partes – que «nada mais tem nenhum dos outorgantes a haver um do outro seja a que título for». Contrapõe que a autora «é uma pessoa perfeitamente sã e consciente que bem sabe o teor dos factos que praticou».

Assegura também que, naquele acordo extrajudicial, ficou demonstrado que o casal devolveu 25 mil euros à idosa, tendo ficado combinado que ficariam com 15 mil. E acusa-a de «tentar enganar o Tribunal». O causídico conclui a contestação, pedindo ao juiz que considere como procedente, por provada, a dita transacção extrajudicial e que a acção da idosa seja declarada improcedente. Pede, ainda, 25 mil euros de indemnização à mulher, como “litigante de má fé”.

Share on facebook
Partilhe este artigo no Facebook
Share on twitter
Twitter
COMENTÁRIOS
OUTRAS NOTÍCIAS

PUBLICIDADE

Acesso exclusivo por
um preço único

Assine por apenas
3€ / mês

* Acesso a notícias premium e jornal digital por apenas 36€ / ano.