Para Paulo Raimundo “não basta derrubar o Governo, é mesmo preciso derrotar uma política” que, independentemente de quem a realize, “não serve e não pode continuar”. Para isso, o PCP define como prioridade a eleição de um deputado por Braga que faça em Lisboa o que diz na região.
Falando na XII Assembleia da Organização Regional de Braga do PCP, decorreu este sábado em Guimarães, o secretário-geral dos comunistas apontou como exemplos dessa política que “é negativa pelo que fez e pelo que ambiciona fazer”, o “assalto” à Segurança Social, “deixando que os grupos económicos deitem a mão ao dinheiro do trabalho”, o “desmantelamento do Serviço Nacional de Saúde”, os “ataques às leis laborais, mais exploração, mais precariedade, mais horas, mais tempo de trabalho”.
“Privatizar, privatizar, privatizar, e submeter e sujeitar o país, a vida e os direitos de cada um, em particular dos jovens, à loucura da destruição, do armamento e da guerra”, afirmou.
“AINDA SOBRA DINHEIRO”
Já sobre a crise política que levou à antecipação das Legislativas para 18 de maio, depois da moção de confiança apresentada pelo Governo da AD ter sido rejeitada pelo PCP e toda a esquerda, Paulo Raimundo reitera o que tem dito: “o país já percebeu que Luís Montenegro não pode explicar mais nada porque não há explicação possível para o que fez, o que não poderia ter feito e o que devia ter feito e não fez. Quis e quer garantir a todo o custo salvar duas questões: a sua imagem e os privilégios, benefícios e os negócios dos grupos económicos.”
Daí que considere “urgente” pôr termo “à promiscuidade entre o poder político e o poder económico e à corrupção que lhe está aliada”, que tem como consequência “uma política geradora de injustiças e desigualdades que empurra mais de 2 milhões de pessoas, incluindo milhares de crianças, para a pobreza e que faz com que a maioria viva com dificuldades crescentes, enquanto um punhado, uma pequeníssima minoria, acumula 32 milhões de euros de lucros por dia”.
Para ilustrar este valor, o líder comunista socorreu-se do exemplo do Hospital de Braga, privatizado pelo Governo de Montenegro. Nas contas de Paulo Raimundo, os tais 32 milhões davam para uma nova “ala de cirurgia do Hospital de Braga por dia. “E ainda sobrava dinheiro suficiente para contratar médicos, enfermeiros e outros profissionais em falta.”
“INSUBSTITUÍVEIS”
Depois de considerar “insubstituíveis” os deputados da CDU na Assembleia da República, Sandra Cardoso, a candidata por Braga às legislativas de maio, aponto como prioridades a eleição de um deputado no distrito e o reforço da coligação PCP/PEV e a eleição de parlamentares “que digam e façam em Lisboa aquilo que dizem aqui na região”. “Estes deputados só existem na lista da CDU que entregamos na passada quinta-feira no Tribunal.”
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