A região Norte, através da Comissão de Coordenação e Desenvolvimento Regional do Norte (CCDR-N), e a Nova Aquitânia (França) e País Basco, Galiza e Navarra (Espanha) comprometeram-se a aumentar a resiliência das florestas do Sul da Europa.
Este compromisso ficou plasmado na ‘Declaração de Bordéus’, adoptada no âmbito de uma conferência de regiões e de instituições do sector da floresta, promovida pela União de Silvicultores do Sul da Europa, e que foi divulgada na sexta-feira pela CCDR-N.
O objectivo da região Norte e desses governos regionais é darem uma resposta aos efeitos severos da seca, dos incêndios e de doenças florestais, através da adopção ou reforço de políticas europeias, nacionais e regionais de desenvolvimento e gestão sustentáveis das florestas do Sul da Europa.
“As florestas e a gestão florestal sustentável precisam de ser centrais e proeminentes, não só nas estratégias nacionais e regionais, mas também nas iniciativas que estão a ser desenvolvidas na Comissão Europeia a fim de continuar a contar com as florestas como fornecedores de múltiplos serviços”, refere a declaração.
O documento sustenta que é “estratégico” aumentar a cooperação público-privada no sul da Europa, apoiando iniciativas e aumentando os recursos destinados a melhorar a resiliência dos ecossistemas florestais do sul da Europa, especialmente no desenvolvimento de melhores materiais de reprodução, prevenção e controlo sanitário.
Os incentivos fiscais e os apoios públicos devem ser concebidos de acordo com o contexto, os perfis dos proprietários florestais e as actuais exigências da sociedade são instrumentos eficazes para impulsionar a gestão florestal e reduzir os riscos a que as nossas florestas estão sujeitas, adianta ainda.
A ‘Declaração de Bordéu’ recorda que o eixo atlântico do sul da Europa, da Nouvelle Aquitaine a Portugal, articula uma das regiões florestais mais dinâmicas da União Europeia.
“O seu clima temperado, a diversidade dos seus ecossistemas florestais, a predominância de florestas privadas distribuídas por milhares de produtores florestais, a coexistência entre a agricultura e a indústria e a presença de uma cadeia de valor florestal altamente diversificada com grande peso no emprego rural e no PIB [Produto Interno Bruto] regional são as características mais relevantes deste enorme maciço de mais de 10,5 milhões de hectares”, frisa.
O Norte é a única região portuguesa subscritora desta declaração, numa parceria institucional com a FORESTIS – Associação Florestal de Portugal.