Sérgio Machado foi apresentando oficialmente à comunicação social, esta manhã. O novo treinador do Lank Vilaverdense FC disse que acredita no projeto que lhe foi apresentado e na manutenção da equipa na II Liga do futebol português. E concedeu a primeira Entrevista ao jornal ‘O Vilaverdense / Desportivo VH’.
Como é que surgiu o primeiro contacto com o Lank? Hesitou ou aceitou logo o desafio?
Tinha como objetivo voltar a treinar na II Liga, num projeto ambicioso porque gosto de desafios. Senti por parte da administração do Lank Vilaverdense que tem aqui um projeto sério, ambicioso e isso, para mim, é muito importante. Portanto, quando me apresentaram as suas ideias e os objetivos, foi fácil, para mim, aceitar este desafio.
É o projeto mais desafiante da carreira?
Depende. Costumo dizer que o próximo é o mais desafiante.
Há dois anos, no Trofense, quando entrei, tínhamos quatro jogos para não descer e tínhamos de os ganhar todos. As coisas acabaram por correr bem. Acho que esse desafio foi mais difícil, porque a margem de erro era mais pequena.
Aqui, ainda estamos numa fase prematura do campeonato e ainda faltam muitos jogos e muito ponto para disputar. Agora é o mais desafiante porque é o próximo e aquele em que tenho de acreditar.
Não sentiu algum receio pelo facto de jogar sempre fora de portas?
Quem disser que não prefere jogar em casa, é hipócrita. A estrutura quer jogar em casa, mas as exigências da II Liga complicaram essa possibilidade. Toda a gente gosta do carinho dos adeptos, as pessoas envolveram-se muito com a equipa devido ao sucesso que teve.
Agora, sentem mais dificuldade em acompanhar a equipa em Paços de Ferreira. Isso interfere sempre, pois as equipas, por norma, conseguem sempre mais pontos em casa do que fora.
Mas, quando aceitei o convite, sabia disso tudo. Nada me foi escondido, sei com o que conto.
Esperamos que se resolva o mais rápido possível, pois, quanto mais cedo voltarmos a jogar em casa, será mais cómodo para nós e para a massa adepta.
Como correram os primeiros dias de trabalho e como encontrou o grupo?
Os primeiros treinos foram para conhecer um pouco os jogadores. Começar a entender como são como pessoas e como se sentem dentro do campo. Já conhecia grande parte do plantel porque enquanto não estava a trabalhar ia acompanhando os jogos da II Liga e até assisti a dois no estádio. Isso também me ajudou também a aceitar este desafio.
Acha que ainda há tempo para a manutenção? A margem, pelo menos, vai encurtando cada vez mais.
Temos de ter noção que o Lank Vilaverdense está a competir na II Liga, o que quero dizer é que de um momento para outro tudo se pode alterar. Normalmente, as equipas que competem na Liga 3, a partir de umas certas jornadas, começa a haver muita discrepância.
No ano passado, na II Liga, isso acabou por acontecer porque quatro ou cinco equipas acabaram por disparar e afastar-se das outras, devido aos orçamentos.
Mas, pelo que vi nestas jornadas, não acredito que este ano vá existir essa discrepância. Claro que vão haver algumas que se vão distanciar, mas não vai existir aquele fosso como no ano passado.
Por isso, acredito que quanto mais cedo começarmos a ganhar, mais cedo vamos sair do último lugar. Só aceitei o convite porque acreditava.
Treino nos projetos que acredito. Mesmo quando fui para o Trofense, onde o risco era enorme, senti que podia conseguir. Acredito que o Lank Vilaverdense vai sair desta situação e não vai andar sempre neste sufoco, mas vai conseguir a manutenção antes da reta final do campeonato.
Que avaliação faz ao grupo de trabalho?
Mesmo no ano passado, na Liga 3, quando disputaram a fase de subida, assisti aos jogos pela televisão. Por isso, conheço o percurso de grande parte destes jogadores. Precisam de se adaptar a um contexto diferente, a uma Liga profissional, mas eles conseguiram um feito único que foi subir duas vezes seguidas. Isso prova a qualidade do plantel. Acredito que esta base de, que já vem de há dois anos, vai ser a nossa base para conseguirmos manter o clube na II Liga.
É imperiosa a chegada de reforços em janeiro?
Temos de ir com calma. Não vamos contratar apenas por contratar. Primeiro, temos de ver o que precisámos e, para isso, temos de avaliar com calma. O mercado só abre em dezembro e estamos a atentos, para ver se é preciso fazer algum reajustamento. Mas agora o foco é nestes jogadores e em recuperar os que não estão disponíveis para começar a pontuar.
Vai se estrear no jogo da Taça com o Farense. Que impacto poderá ter esta partida para a equipa?
Acaba por ser o jogo certo na altura certa para este grupo. Não vão sentir a pressão dos jogos do campeonato, onde temos de olhar para a necessidade dos pontos.
Dou muita importância à Taça de Portugal porque acho que algo que mexe com os adeptos, há uma alma diferente.
Vamos encarar o jogo para ganhar e passar a eliminatória e que nos ajude a esquecer o que está para trás. Quando digo isso não coloco em causa o que foi feito até aqui, pois fizeram o melhor que podiam.
No entanto, acredito que se ganharmos vamos ganhar a tal confiança que este grupo precisa, pois vinha de dois anos em que passaram a maior parte dos jogos a ganhar e, de um momento para o outro, as coisas alteraram-se. Isso mexe, mas é bom, porque é sinal que eles gostam de ganhar.
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Com DESPORTIVO VH