O presidente do CDS-PP, Nuno Melo, defendeu esta segunda-feira que o 25 de Novembro de 1975 concretizou “o caminho para a democracia parlamentar” e disse que celebrar a data “é uma obrigação colectiva”.
“Celebrar o 25 de Novembro é uma questão de memória histórica, sentido de gratidão e sentido de justiça. Se o 25 de Abril nos trouxe a mudança do regime, foi realmente o 25 de Novembro que permitiu a concretização do caminho para uma democracia parlamentar”, afirmou.
Nuno Melo falava aos jornalistas na Assembleia da República, no final da sessão solene evocativa do 25 de Novembro de 1975, que se realizou esta segunda-feira pela primeira vez, no 49.º aniversário desta data.
O líder do CDS-PP destacou o papel do partido, que insistiu ao longo dos anos para que a data fosse assinalada, e disse esperar que possa ser celebrada todos os anos, sustentando que “é uma obrigação colectiva a celebração do 25 de Novembro, até para que as novas gerações tenham noção do que assim sucedeu e daqueles que, para além de mais, verteram o seu sangue, perderam a vida para que pudéssemos ser livres e, em democracia, celebrar a liberdade”.
“Eu refiro-me aos partidos políticos que não só têm memória histórica, mas também que foram protagonistas do 25 de Novembro, não me refiro a partidos que nasceram há meia dúzia de anos e que podem fazer discursos com grande exaltação, mas que não tiveram nenhum papel no 25 de Novembro, portanto, aquilo que podem dizer é pelos livros de história. A nossa experiência é uma experiência vivida pelo 25 de Novembro”, assinalou, referindo-se ao Chega e à Iniciativa Liberal.
Numa curta declaração, Nuno Melo quis “exaltar o papel fundamental, no plano político e no plano militar, daqueles que foram os obreiros do 25 de Novembro”, referindo Ramalho Eanes, Pires Veloso e Jaime Neves, Mário Soares, Francisco Sá Carneiro, Diogo Freitas do Amaral e Adelino Amaro da Costa.
O presidente do CDS-PP assinalou também as ausências da cerimónia: “De um lado estiveram aqueles que realmente, hoje, continuam a sublinhar, a exaltar a democracia e a possibilidade de sermos todos livres, fora ficaram aqueles que, na verdade, foram derrotados porque estavam, ao tempo, do lado do PREC [Processo Revolucionário em Curso].”
E criticou os deputados do PS que não estiveram presentes.
“Nós ouvimos, na intervenção do Partido Socialista, aquela que foi a afirmação do papel, e assim foi, do Partido Socialista durante o 25 de Novembro, mas o que é facto é que hoje, aqui, perto de metade da bancada do Partido Socialista não esteve para aplaudir de pé Mário Soares, como deveria ter sucedido”, afirmou.
O politico famalicense deixou também uma mensagem sobre a data na sua página oficial na rede social Facebook.
A realização de uma sessão solene anual para assinalar esta data no parlamento – em moldes semelhantes à do 25 de Abril – foi proposta pelo CDS-PP e aprovada por PSD, Chega e IL, com a abstenção do PAN e votos contra dos restantes partidos à esquerda.
Os acontecimentos do 25 de Novembro, em que forças militares antagónicas se defrontaram no terreno e venceu a chamada ala moderada do Movimento das Forças Armadas (MFA), marcaram o fim do chamado Período Revolucionário em Curso (PREC).