OPINIÃO

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O acesso à informação

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Ainda me recordo das longas pesquisas para obter e consumir informação; do interminável folhear de páginas de enciclopédias; de toda a informação analisada até chegar onde pretendíamos; do cheiro a livro; do interrogatório massacrante a familiares e conhecidos quando suspeitávamos poderem saber algo sobre o assunto de nosso interesse; das primeiras horas completamente perdidos nas “malhas” da novidade que era a internet, e do barulho do router em conexão. Isto descreve como foram, na minha infância, as pesquisas por informação.

Posteriormente, já no ensino secundário, foram as pesquisas nas bibliotecas municipais e escolares que me ocuparam, o questionamento constante aos docentes que tinham a paciência para responder e a descoberta do potencial real da internet com artigos em diversas línguas, em fóruns da especialidade ou websites dedicados.

Nessa altura eu só pensava que todo aquele tempo perdido em pesquisas poderia ser reduzido se a informação estivesse mais acessível, especialmente se a mesma estivesse acessível a todos sem grande esforço. Entretanto, com o desenrolar dos anos, o crescimento, a massificação do uso da internet, dos motores de busca e de toda a panóplia de sites dedicados a informação, a desilusão apoderou-se da minha esperança.

Foi durante algumas pesquisas para trabalhos universitários que me apercebi que, apesar de a procura pela informação ser muita mais rápida, eu estava a gastar o dobro do tempo a tentar decifrar até que ponto a informação disponível seria verdadeira, lógica ou até plausível. Depois vieram as redes sociais, as fake news e, na minha opinião, tudo desabou. A informação foi desvirtuada. Qualquer um conseguia opinar sobre o tema que quisesse mesmo que não tivesse qualificações ou conhecimento de causa para o fazer.

Passamos todos a “doutores” ou especialista de todo e qualquer tema. Todos temos a certeza absoluta do que quisermos bastando para isso uma pesquisa rápida num site qualquer e, assim, obter a validação que necessitávamos para a mais estapafúrdia das ideias. Pelos visto muitas pessoas a afirmar algo torna essa afirmação uma verdade absoluta, quem diria!

Continuei a gastar o mesmo tempo nas minhas pesquisas, ocupando-o a tentar confirmar a veracidade da informação, recorrendo a diversas fontes. Concluo que, se quem obtém informações de diversos locais não consegue afirmar que têm certeza de algo, como é que alguém, que lê somente cabeçalhos de notícias e artigos com 3 linhas, o consegue fazer.

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