Artigo de Fausto Pires
No sábado passado, após o almoço, decidi passear um pouco e fazer uma paragem num café a fim de regular os meus níveis de cafeína. Enquanto sinto o sabor do “vinho da Arábia”, eis que ouço alguém: “A Proteção Civil só aparece na altura dos fogos”. Fraco sábio profere estas palavras. A Proteção Civil é uma atividade de caráter permanente, transversal a todos os setores da sociedade. É ainda multidisciplinar e tem como principais objetivos a prevenção e preparação face aos riscos coletivos e a resposta e recuperação em caso de ocorrência de acidentes graves ou catástrofe.
Recentemente, estava a dar os meus passos pelos corredores de uma instituição pública, quando soa seguinte frase: “Proteção Civil são os bombeiros, é mais um ‘tacho’”. Estupefacto, sigo pelo corredor pensando com os meus botões que existe um enorme desconhecimento sobre esta área. O cidadão não tem em conta que a Proteção Civil faz a análise permanente das vulnerabilidades perante situações de risco; procede ao planeamento de soluções de emergência, visando a busca, o salvamento, a prestação de socorro e de assistência, bem como a evacuação, estuda e divulga formas adequadas de proteção dos edifícios em geral, entre outras.
Nos incêndios florestais, os Serviços Municipais de Proteção Civil devem prestar todo o apoio logístico ao COS, incluído a coordenação dos Agentes de Proteção Civil (APC). Em qualquer acidente ou catástrofe, a coordenação de todos os meios deve ser executada pela Proteção Civil. Recuando até ao ano de 2020 e recordando a pandemia, o Município de Ovar ativou na altura o seu Gabinete de Crise e o Plano Municipal de Emergência e Proteção Civil, resultando na cerca que todos nós ouvimos falar.
Poderia partilhar os vários domínios da Proteção Civil, desde os anteriormente referidos, passando pelos exercícios que visam testar a organização de resposta por parte dos APC a quando ocorrência de emergências, até uma simples identificação e sinalização de edifícios em risco de desabamento. Em suma, a Proteção Civil é uma atividade de caráter permanente e não sazonal.
Mas a Proteção Civil é muito mais que isso. Recordamos o dispositivo que rumou ao Canadá e aos diversos protocolos de cooperação técnica e assistência mútua com Marrocos, Espanha, França, Rússia, Cabo Verde ou Tunísia, entre outros.
Realçamos ainda a Proteção Civil na União Europeia e a disponibilidade de qualquer país membro ter a obrigação de ajudar em situações de emergência, qualquer país do mundo, que não consiga ou não tenha capacidade de resposta a uma qualquer catástrofe. Cá dentro e lá fora, Proteção Civil somos todos nós!
