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O governo do faz de conta (2)

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Há dias fomos surpreendidos por uma informação que circulou nas redes sociais que referia que “Portugal tem dois milhões de pobres e quatro milhões a caminho da pobreza”. A notícia foi, posteriormente, corroborada no programa Polígrafo como sendo verdadeira, atestando que a taxa de pobreza ou exclusão social no país atingia em 2021 os 22,4%, valor 2,4 pontos percentuais acima do ano anterior. Vale-nos o facto de termos um Estado Social e um conjunto de políticas públicas, assentes no modelo social europeu que proporciona uma rede de segurança e apoio aos cidadãos em situação de maior vulnerabilidade, atirando-os para um patamar que os retira destas estatísticas, pois, caso contrário, a percentagem poderia atingir 43,5% da população portuguesa.

O papel do Estado enquanto entidade que assegura um papel de proteção desta população vulnerável que, infelizmente, engrossa as estatísticas a cada ano que passa, é determinante para o nosso desenvolvimento, seja através de políticas sociais de apoio aos mais desfavorecidos, seja através da garantia de sistemas públicos de saúde, educação e segurança social, seja através de outros apoios assentes na redistribuição da riqueza. O problema não está na redistribuição da riqueza que contribui para termos um país menos desigual. O problema está na quase completa ausência de crescimento económico no país. Sem ele, mais tarde ou mais cedo não teremos nada para distribuir.

Pouco crescemos desde o início do século. E escuso de lembrar os leitores que nos últimos 25 anos o Partido Socialista governou 18! Caminhamos para nos tornarmos um país pobre, com baixos salários e empregos cada vez mais precários. Precisamos de nos tornar mais atrativos, mas cada vez somos menos apetecíveis para o investimento empresarial e esta geração de jovens portugueses, altamente qualificada, vê-se obrigada a procurar um futuro melhor no estrangeiro. Em Portugal, estamos estagnados e, como se isso não bastasse, ainda redistribuímos mal o pouco que temos. Os 125€ que, recentemente, foram injetados na conta de muitos portugueses são um exemplo de uma medida redistributiva totalmente ineficiente que não resolve os problemas dos nossos cidadãos, apenas ilude. É uma medida meramente conjuntural e que nada tem de estrutural para ajudar, de facto, quem mais precisa. Além disso, cada vez mais me convenço que utilizamos mal o dinheiro público: Num ano, o que injetamos na TAP (3200 milhões) é comparável com a despesa que alocamos à Ciência, Tecnologia e Ensino Superior (3300 milhões) neste Orçamento de Estado e é superior ao que ao que se prevê gastar na Justiça (1700 milhões), na Defesa (2500 milhões), na Segurança Interna (2500 milhões), na Agricultura (1500 milhões) e na Cultura (759 milhões). 

Se queremos distribuir o bolo por quem mais precisa, precisamos de fazer crescer esse bolo. Se queremos uma sociedade mais justa e com mais oportunidades temos que criar riqueza e depois sim, estaremos em melhores condições de resolver os nossos principais problemas e desafios.

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