A Operação Mais-Valia, que fez com que a Polícia Judiciária (PJ) tenha realizado 20 buscas esta terça-feira, investiga a existência de alegados crimes, entre os quais corrupção e fraude fiscal, no negócio da venda da antiga sede da Federação Portuguesa de Futebol (FPF), que foi realizado no mandato de Fernando Gomes à frente do organismo que gere o futebol nacional.
Em comunicado, a PJ confirma que, tal como já tinha sido noticiado, “desencadeou uma operação policial para dar cumprimento a 20 mandados de busca e apreensão em domicílios, instituição bancária, estabelecimentos e sociedades de advogados, nos distritos de Lisboa, Setúbal e Santarém”.
“No decurso da investigação foram identificadas um conjunto de situações passíveis de integrarem condutas ilícitas relacionadas, sobretudo, com a intermediação da venda da antiga sede pertencente à Federação Portuguesa de Futebol, na Rua Alexandre Herculano, nº58, Lisboa. O imóvel foi vendido por 11 milhões e 250 mil euros”, acrescenta.
Segundo a PJ, “na investigação, que se encontra a ser dirigida pelo Departamento de Investigação e Ação Penal de Lisboa, estão em causa factos suscetíveis de integrarem os crimes de recebimento indevido de vantagem, de corrupção, de participação económica em negócio e de fraude fiscal qualificada”.
As diligências foram executadas por 65 inspetores e 15 especialistas de Polícia Científica da PJ, contando ainda com a participação de cinco juízes de instrução criminal, seis magistrados do Ministério Público e quatro representantes da Ordem dos Advogados.
“A investigação prosseguirá com a análise à prova agora recolhida e com os competentes exames e perícias, visando o cabal apuramento da verdade e a sua célere conclusão”, conclui o comunicado da PJ.
A antiga sede da FPF foi entretanto transformada num hotel do grupo Numa Stays.