A mais recente edição das Festas da Vila de Prado marcou a primeira ao subida ao palco de uma orquestra formada na Escola de Música pradense. Ao longo de cerca de uma hora e meia de concerto, a orquestra “Com’Traste” deu-se a conhecer ao público e colocou toda a gente a cantar, a vibrar e a dançar ao ritmo das melodias que este grupo de 15 elementos trouxe para se apresentar junto da população.
À conversa com “O Vilaverdense”, Rogério Braga, Bárbara Passos e Pedro Braga contaram como surgiu esta iniciativa e o que os motivou a levarem para a frente este projecto imbuído no espírito de aprendizagem e conhecimento proporcionado pela Escola de Música de Vila de Prado junto dos seus alunos.
«Esta orquestra é constituída por professores e alunos da Escola de Música, e os elementos já se juntam há bastante tempo», começou por referir um dos vocalistas da orquestra, Rogério Braga, explicando que a iniciativa surgiu «após um convite do professor Manuel Afonso».
«Ele estava com bastante trabalho na escola e precisava de alguém para organizar e preparar a actuação nas Festas de Vila de Prado, de forma a dar resposta ao convite feito pelo Presidente da Junta de Freguesia, Albano Bastos», revelou o vocalista. «Dessa forma, o professor estendeu o convite a mim e à Bárbara, e nós acabamos por aceitar. A partir daí, sempre com o foco de ajudar a escola, pusemos “mãos à obra” e começámos a preparar o espectáculo, avaliando a melhor forma de levarmos para palco o que melhor temos entre nós», realçou Rogério Braga, um dos seis cantores fixos na “Com’Traste”.
«Inicialmente, a ideia passava por replicar um concerto do “Namorar Portugal”, mas decidimos que não se adequava ao contexto onde iríamos actuar. Nesse espetáculo é pedido algo mais intimista e, para as Festas de Vila de Prado, quisemos mesmo levar algo de diferente», relatou Bárbara Passos. «Optámos por levar músicas portuguesas que o público conhece e músicas que marcaram certas gerações. Por isso, fomos buscar Zeca Afonso, José Cid, António Variações, Resistência e tornamos essas músicas “nossas”. Fizemos arranjos, percebemos os tons de cada cantor e depois adaptámos para nós e para os talentos que temos cá dentro, de forma a geri-los da melhor forma possível», destacou a vocalista.
EXPERIÊNCIA MARCANTE
Depois de tudo preparado e de estarem seleccionados os temas a interpretar, a hora de subir ao palco acabou por chegar e as sensações são comuns aos elementos do grupo, que referem que o público «não estava à espera» de uma actuação daquelas e que a reacção dos presentes vai ficar «para sempre presente na memória» de todos.
«Foi uma sensação espectacular e confesso que nunca pensei que me fosse sentir tão bem em cima do palco. Pensei que o nervosismo ia atacar, mas felizmente não aconteceu», relatou Pedro Braga, baterista da orquestra “Com’Traste”, deixando a garantia de foi uma noite «inesquecível e completamente marcante».
Para Bárbara Passos, que já conta com vários anos de palco, a experiência correu «muito bem» também pela «confiança e à-vontade que existe entre todos os elementos». Na sua visão, isto «traz uma sensação de segurança em cima do palco, o que ajuda a tornar tudo melhor». «Por isso mesmo, o espectáculo não tinha como correr mal», garantiu a experiente vocalista.
«Eu partilho da mesma sensação. Olhava para o público, para a alegria e para a cara deles e percebia que estava mesmo tudo a correr bem. Sentia-se que o recinto estava todo a cantar connosco e nunca sentimos o público fora do espectáculo», corroborou Rogério Braga, apontando o “cover” de Zeca Afonso, da música “Vejam Bem”, como o momento em que percebeu a satisfação que os presentes mostravam ao entoar esta versão trabalhada pela orquestra.
Reportagem completa publicada na edição impressa de Agosto, nas bancas.