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Os preços do imobiliário

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Por Marco Carvalho

Em Setembro de 2021 o valor médio do m2 da habitação em Portugal atingiu os 1.236€, com uma valorização anual de 9,6% (dados do INE). No mesmo período, em Braga (concelho), houve uma valorização de 14,8%.

Os preços do imobiliário têm alcançado valores nunca vistos! É agora quase impossível encontrar um apartamento em Braga por menos de 90.000€. O mesmo acontece em Vila Verde e Amares.  Não conheço, na cidade de Braga, moradias novas e já prontas, que ainda estejam para venda!

Voltou a ser comum comprar imóveis em planta ou em construção sendo esta, aliás, a única opção atual para comprar habitação nova.  Quando anunciamos um novo apartamento para arrendamento é habitual recebermos dezenas de contatos nos dias seguintes, de pessoas interessadas. Já tivemos potenciais inquilinos qualificados a proporem uma renda mais alta para garantirem um apartamento!

Esta situação não é positiva, numa perspetiva de longo prazo.

Tudo isto acontece devido a: juros baixos (mesmo negativos); anos e anos de redução de oferta de construção nova; licenciamentos camarários muitíssimo lentos; maior mobilidade por parte dos indivíduos e famílias; impostos elevados no imobiliário; chegada a Portugal de estrangeiros, muitos deles com maior poder de compra; alteração da composição média dos agregados familiares, mais pequenos e logo em maior número e o grande aumento dos custos de construção.

Mas este não é um fenómeno exclusivamente português. Por toda a Europa vemos a mesma alta de preços no imobiliário. Tal acontece em Espanha, no Reino Unido, na Áustria, Holanda, etc. E também há recordes de valorização imobiliária nos EUA, no Canadá e na Austrália!

Relativamente a Portugal, as circunstâncias que motivaram esta valorização imobiliária ainda persistem, por isso no curto e médio prazo esta alta de preços no mercado português deverá manter-se.

Mas olhando para os valores absolutos do imobiliário em Portugal, constatamos que no fundo não são os preços do imobiliário português que são altos, mas sim, os salários dos portugueses é que são baixos!

Como disse António Horta Osório, os “portugueses estão satisfeitos com uma economia que não cresce”.  Pergunta o banqueiro português que foi presidente do Lloyds Bank, um dos maiores bancos ingleses: “porque é que Portugal cresce 1% ao ano nos últimos 20 anos, enquanto a Irlanda cresce 5%?”. Conclui: “Temos um problema claro de crescimento e de ambição”.

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