OPINIÃO

OPINIÃO -

Osteoartrose do joelho: O que é importante saber?

Por Ana Rita Gonçalves1 e Luís Sousa2

  1. Médica Interna de Medicina Geral e Familiar na USF São Vítor
  2. Médico de Família na USF São Vítor

A osteoartrose do joelho é uma das condições degenerativas articulares mais comuns e uma das principais causas de dor e incapacidade em adultos, tendo um impacto substancial na qualidade de vida por limitar as atividades diárias e a mobilidade.

Afeta a cartilagem que reveste o osso resultando em alterações estruturais que vão culminar em dor com um padrão característico: agrava após atividade e melhora com o repouso, rigidez matinal de curta duração e redução da mobilidade. Em Portugal, a prevalência desta condição é de aproximadamente 12% a 19% na população adulta.

O diagnóstico da osteoartrose do joelho é baseado numa combinação de fatores clínicos e exames de imagem, nomeadamente a radiografia.

A gestão de doença envolve uma abordagem multifacetada que inclui medidas higieno-dietéticas bem como terapêuticas específicas, com o objetivo de diminuir a dor, melhorar a função articular e retardar a progressão da doença.

A perda de peso pode reduzir significativamente a carga sobre a articulação, aliviando a dor e melhorando a função articular. Programas de fisioterapia e reabilitação bem como de exercício físico aeróbio de baixo impacto (caminhadas, natação, ioga, ciclismo) personalizados e direcionados ao fortalecimento muscular e à melhoria da amplitude de movimento são igualmente recomendados e mostram-se eficazes.

O tratamento farmacológico pode variar consoante a gravidade sintomática e a resposta do paciente às diferentes abordagens. Os anti-inflamatórios tópicos e orais bem como o paracetamol são os fármacos mais utilizados para o controlo da dor e inflamação, podendo fornecer benefícios a longo prazo quando combinados com medidas não farmacológicas.

Os opióides devem ser evitados devido à incidência relativamente alta de efeitos colaterais, como sonolência, tonturas e náuseas, e ao potencial de causar dano com o uso prolongado, especialmente na população mais velha.

Outras opções terapêuticas incluem os injetáveis de corticosteroides, de ácido hialurónico ou plasma rico em plaquetas, que podem ser uma alternativa nos doentes com sintomatologia refratária. Além disso, alguns suplementos que contêm componentes da cartilagem articular, como a glucosamina e a condroitina, podem oferecer potenciais benefícios que devem ser discutidos individualmente. Em casos avançados, a cirurgia pode ser necessária e as opções cirúrgicas incluem artroscopia, osteotomia e artroplastia.

A osteoartrose do joelho é uma condição debilitante que requer uma gestão cuidadosa e personalizada. A combinação de estratégias de estilo de vida, programas fisiátricos adequados e terapias medicamentosas podem ajudar a aliviar os sintomas e a melhorar a qualidade de vida dos pacientes. A consulta regular com um profissional de saúde é essencial para monitorizar a progressão da doença e ajustar o plano de tratamento conforme necessário.

Partilhe este artigo no Facebook
Twitter
OUTRAS NOTÍCIAS

PUBLICIDADE