Os pais e encarregados de educação das crianças que frequentam o Jardim de Infância de Pico de Regalados estão contra a transferência provisória das crianças para o Centro Escolar, temendo que isso possa ser um factor de perigo para a saúde pública.
«Na passada sexta-feira, fomos surpreendidos com a informação de que, em breve, os meninos terão que ir para o Centro Escolar, porque o Jardim de Infância vai ser utilizado como extensão de saúde, que entrará em obras. Tivemos conhecimento através de um ofício remetido pela Junta à professora», explicou uma mãe ao jornal “O Vilaverdense”.
Assegurando «falar em nome de todos» os pais, a encarregada de educação lamenta que «não tenha existido qualquer reunião» prévia para dar conhecimento e mostra-se «preocupada pelo facto de se concentrarem mais crianças» num único espaço.
«Não está em causa a distância, porque são poucos metros. O problema é o facto de estarmos a juntar muitas crianças. Num tempo como o que vivemos, é uma grande irresponsabilidade. No Jardim de Infância há 43 meninos, além das auxiliares e das educadoras. No Centro Escolar, só no pré-escolar, são mais de 30», sublinha.
A mãe diz «não perceber a razão» de transferir os serviços da extensão de saúde de Pico de Regalados, que vai entrar em obras, para o edifício do Jardim de Infância, apelando a que a Câmara Municipal «possa encontrar uma alternativa».
«Não conseguimos entender esta decisão, porque as crianças não têm que ser prejudicadas por algo que lhes é alheio. Quando houve obras na extensão do Vade, os utentes foram encaminhados para o Pico ou para Vila Verde, por exemplo», aponta.
CÂMARA GARANTE CONDIÇÕES
Contactado pelo jornal “O Vilaverdense”, o presidente da Câmara, António Vilela, confirmou que foi apresentado um pedido à Direcção-Geral dos Estabelecimentos Escolares (DGEstE) para a «transferência provisória» das crianças para o Centro Escolar, justificada pelas obras na extensão de saúde.
Assegurou, no entanto, que «aquele espaço escolar tem todas as condições necessárias», nomeadamente duas salas livres, que passarão a ser utilizadas logo que a DGEstE autorize o pedido, pelo que «as crianças não serão juntas».
«O edifício do Jardim de Infância fica muito perto da extensão de saúde e é o mais adequado para receber provisoriamente esse serviço, até por causa do sistema informático, que não pode ser deslocado muitos metros», referiu.