Os pais de Manuel Gonçalves (“Manu”), o jovem que foi assassinado à porta do Bar Académico (BA), em Braga, na madrugada de 19 de abril, lançaram esta terça-feira, dia em que o filho completaria 20 anos, uma petição online em que pedem o encerramento definitivo daquele espaço.
Através da petição “A Morte do Manu Não Pode Ser Esquecida”, os pais pedem também a criação de normas claras e fiscalização rigorosa sobre os estabelecimentos de diversão associados ao meio académico, defendendo a necessidade de implementar medidas que permitam aumentar a segurança.
“O Manu morreu ao tentar proteger uma jovem de 17 anos de um predador que lhe tentava pôr numa bebida uma droga conhecida como “Boa Noite Cinderela”. Morreu como um herói. E, no entanto, morreu sozinho, abandonado por um sistema que permitiu que aquilo acontecesse”, refere o texto, sublinhando que, “se esta morte não servir para mudar nada, então Manu morreu em vão”.
No caso do Bar Académico, a petição refere que “devia ser um espaço seguro de convívio entre estudantes”, mas “transformou-se num palco de violência, permissividade e perigo”. “A cultura do álcool fácil, da impunidade, da falta de vigilância e da tolerância a comportamentos criminosos tornou-se parte da rotina. Até que alguém morreu”.
O texto lembra que o BA está atualmente encerrado – por decisão da Associação Académica da Universidade do Minho, que detém o espaço. “Não podemos aceitar que volte a abrir como se nada tivesse acontecido. Não podemos permitir que a morte de Manu se transforme em mais um caso esquecido, abafado, ignorado”, salienta a petição.