Em entrevista concedida em 2021 (e agora revelada), o Papa Francisco deixava a sua visão sobre o futuro da Igreja. Para Francisco, «a Igreja dos mártires é a que triunfa, não a que tem dinheiro nos bancos».
Na entrevista inédita, o falecido Papa reflete sobre os papéis do Sumo Pontífice e da Igreja no mundo atual.
Durante a entrevista, realizada em 2021 e divulgada esta sexta-feira pelo portal de notícias do Vaticano, o Papa sublinha que Jesus escolheu o apóstolo Pedro – o primeiro Papa – «no meio do povo» e que essa origem não deve ser esquecida.
Para Francisco, qualquer tentativa de transformar o papel do Papa ou do clero numa função distante da comunidade contraria o que está nas Escrituras. «Se Pedro tivesse esquecido as suas origens, teria fundado uma elite (…) O pastor deve estar com as ovelhas», afirma.
O Sumo Pontífice recorda o momento em que, na Bíblia, Jesus repreende Pedro quando este tenta afastá-lo do caminho da cruz.
Para Francisco, este episódio mostra que também o Papa, como qualquer outro crente, pode desviar-se do caminho.
Igreja “desabará” caso “deposite a sua esperança” no dinheiro
Questionado sobre as «forças que não prevalecerão» contra a Igreja, referidas no Evangelho, o Papa responde que são «as forças do mal» e dá como exemplo a confiança excessiva em recursos materiais, nomeadamente o dinheiro. Alerta ainda a Igreja para que não «deposite a sua esperança» no capital, ou «desabará».
O Papa reflete ainda sobre o martírio e afirma que hoje há mais mártires cristãos no mundo do que nos primeiros séculos da Igreja.
«É a Igreja dos mártires. É esta a Igreja que triunfa, não a Igreja com dinheiro nos bancos. É esta que triunfa, a Igreja dos mártires, do testemunho. Porque martírio significa testemunho», conclui o Papa Francisco.
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