A abertura da Porta Santa inspirou o Papa na tradicional mensagem “Urbi et Orbi” por ocasião do Natal.
Diante de milhares de fiéis e peregrinos na Praça São Pedro, Francisco citou os países que vivem o drama da guerra, recordando que o Jubileu requer de todos um sacrifício para deixar de lado ódios e vinganças.
Do balcão central da Basílica de São Pedro, o Papa dirigiu sua mensagem “Urbi et Orbi” à cidade de Roma e ao mundo por ocasião do Natal do Senhor. Suas palavras foram inspiradas pela abertura da Porta Santa na vigília, que deu início ao Jubileu de 2025.
“É este o significado da Porta Santa do Jubileu, que abri ontem à noite aqui em São Pedro: ela representa Jesus, a Porta da salvação aberta para todos. Jesus é a Porta que o Pai misericordioso abriu no meio do mundo, no meio da história, para que todos possamos voltar para Ele. Todos nós somos como ovelhas tresmalhadas e precisamos de um Pastor e de uma Porta para regressar à casa do Pai. Jesus é o Pastor, Jesus é a Porta.”
PORTA DE DEUS
A exortação do Pontífice é para que não tenhamos medo, pois a “Porta está aberta, escancarada! Vinde!”.
O convite é para regressar ao coração que nos ama e perdoa: Deixemo-nos perdoar, reconciliar com Ele e com os outros, até com os inimigos, pois a misericórdia de Deus tudo pode, desfaz todos os nós, derruba todos os muros de divisão, dissolve o ódio e o espírito de vingança.
Todavia, recordou Francisco, entrar pela Porta exige o sacrifício de dar um passo, de deixar para trás contendas e divisões: “Neste Natal, início do Ano jubilar, convido todas as pessoas, todos os povos e nações a terem a coragem de atravessar a Porta, a tornarem-se peregrinos da esperança, a calarem as armas e a superarem as divisões!”
DIVISÕES
O Papa então citou todos os conflitos em andamento, começando pela “martirizada Ucrânia”. Falou do Oriente Médio, de modo particular de Gaza, “onde a situação humanitária é gravíssima”. Israel, Líbano, Síria e Chipre também estão nas orações do Pontífice. No continente africano, os países mencionados foram República Democrática do Congo, Burkina Faso, Mali, Níger, Chifre da África e um olhar especial por Moçambique.
Na Ásia, a situação mais preocupante é vivida pelos habitantes de Mianmar, “que sofrem imensamente devido aos contínuos confrontos armados”. Na América, o pedido de paz foi para o Haiti, a Venezuela, a Colômbia e a Nicarágua e que todo o continente consiga superar as divisões políticas.
JUBILEU
O Jubileu seja uma oportunidade para derrubar todos os muros de separação, pediu Francisco, os ideológicos e os físicos. Seja também a ocasião para redescobrir o sentido da existência e a sacralidade de todas as vidas, e para recuperar os valores basilares da família humana.
“Ele espera-nos na soleira da porta. Espera por cada um de nós, sobretudo pelos mais frágeis”: espera as crianças, todas as crianças que sofrem por causa da guerra e da fome; espera os idosos; espera aqueles que perderam a própria casa ou fogem da sua terra; espera os que perderam ou não encontram trabalho; espera os prisioneiros; espera aqueles que são perseguidos por causa da sua fé.
Francisco fez também um agradecimento por todos aqueles que, de forma silenciosa e fiel, se dedicam ao bem, referindo-se aos pais, educadores e professores, aos profissionais de saúde, às forças de segurança, e aos que se empenham em obras de caridade, especialmente nos missionários espalhados pelo mundo. “A todos eles queremos dizer: obrigado!”
AO ENCONTRO DE CRISTO
Por fim, Francisco renovou o pedido para que o Jubileu seja uma ocasião para perdoar as dívidas, sobretudo as que oneram os países mais pobres.
“Cada um é chamado a perdoar as ofensas recebidas, porque o Filho de Deus nos perdoa tudo. Ele veio para nos curar e perdoar. Peregrinos de esperança, saiamos ao seu encontro! Abramos-Lhe as portas do nosso coração, tal como Ele nos escancarou a porta do seu Coração. Desejo a todos um Feliz e Santo Natal.”
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Com Vatican News