Por Janine Ferreira
Membro cooptado do Município de Vila Verde
Numa situação de separação ou divórcio surgem, normalmente, muitos desafios influenciados por variáveis distintas como, por exemplo, a posição dos pais face ao divórcio, a idade dos filhos, o modo como vão exercer a (co)parentalidade, entre outras.
Porém, talvez o desafio maior e o mais importante seja a separação de papeis entre a conjugalidade e a parentalidade, para que o impacto no desenvolvimento das crianças não seja negativo. Por vezes, acontece que o casal que se separa está tão centrado na situação de conflito que originou a separação, que deixa para segundo plano o bem-estar emocional dos filhos, servindo estes até em algumas situações de “arma de arremesso” para atingir o outro.
Todavia, é realmente importante que o bem-estar e as necessidades das crianças sejam uma prioridade neste processo, para que o impacto da separação/divórcio sobre elas seja menor possível. Mas como? Como dar prioridade às necessidades das crianças? Deixamos algumas sugestões:
– comunicar de forma assertiva e calmamente sobre os assuntos relacionados com o/a(s) filho/a(s);
– procurar não envolver o/a(s) filho/a(s) nos assuntos relacionados com o ex-casal e não tecer comentários depreciativos de um sobre o outro, ou da restante família, na presença deste/a(s);
– procurar não obter informações sobre o outro progenitor através do/a(s) filho/a(s);
– organizarem-se atempadamente, no sentido de gerir horários e evitar conflitos ou discussões, para evitar que as crianças sofram as consequências e saiam penalizadas;
– procurar manter a consistência da definição das regras e das rotinas em ambas as casas;
– assegurar momentos de afeto, carinho e amor, de modo a proporcionar sentimentos de segurança nas crianças, pois o amor do pai e da mãe manter-se-á sempre, apesar da separação/divórcio.
Por fim, pai e mãe não se podem esquecer que, apesar da separação/divórcio, continuam a jogar na mesma equipa no que toca à missão da educação. Quanto melhor for o esforço conjunto nesta tarefa, melhor será a relação das crianças com ambos os pais.