«O PCP apresentará uma moção de censura ao Governo nos próximos dias», anunciou Paulo Raimundo, na reação à declaração do Primeiro-Ministro ao País, esta noite.
«Uma censura às práticas, factos e acontecimentos que envolvem o governo, mas sobretudo uma moção de censura a uma política de baixos salários e pensões, ataques a direitos, degradação dos serviços públicos, investimento público, limitação ao aparelho produtivo, promoção da especulação imobiliária, privatizações, défice produtivo», referiu o líder do partido comunista, Paulo Raimundo.
LIVRE: «Falta de confiança agravou-se»
O Livre diz que a falta de confiança se agravou hoje, depois de uma declaração “dúbia e obscura” de Luís Montenegro.
“Não esteve à altura da transparência”, disse Rui Tavares, acrescentando que, ao passar a empresa para as mãos dos filhos, o primeiro-ministro não “sana” conflito de interesses.
CHEGA: «Sócrates não faria diferente»
«José Sócrates não faria muito diferente do que fez Luís Montenegro», acusa André Ventura, o primeiro a reagir à declaração de Montenegro.
O líder do Chega, André Ventura, anunciou que o partido irá votar contra numa eventual moção de confiança apresentada pelo Governo e comparou Luís Montenegro ao ex-primeiro-ministro José Sócrates.
«Em caso algum aceitaria viabilizar uma moção de confiança apresentada por um Governo nestas condições. O Governo quer provocar uma crise», afirmou aos jornalistas a partir da sede do Chega.
André Ventura destacou que «ninguém quer eleições», mas defendeu que não pode «confiar num primeiro-ministro sob suspeita».
«A declaração que hoje acompanhamos não foi só um ato de desespero, mostra o carácter de um homem e de um político», criticou.
IL: «Não compreendeu a gravidade da situação»
Para o líder da Iniciativa Liberal, parece que o primeiro-ministro «não compreendeu ainda a gravidade da situação» em que se envolveu.
Rui Rocha considera «inaceitável» que um chefe de Governo receba avenças enquanto desempenha funções públicas.
Sobre a decisão de Montenegro, que anunciou que transmitirá a totalidade da empresa aos filhos, Rui Rocha considerou que isso poderia ter sido feito no início do processo.
O líder da Iniciativa Liberal acredita que a situação «não apaga a mancha» que ficou.
Bloco de Esquerda «não tem confiança nos negócios do PM»
A líder do Bloco de Esquerda, Mariana Mortágua, defende que “houve uma admissão de incompatibilidades, numa declaração à imprensa sem direito a perguntas”, disse a líder do BE.
“O Bloco de Esquerda não tem confiança nos negócios do PM, não tem confiança sobre as explicações dadas da suas empresas, do seu património e da sua governação. Votaremos contra uma moção de confiança se esta for apresentada à AR”, disse.
“Não confiamos num PM que acha que pode chantagear o Parlamento, não temos confiança num PM que foge as suas resposabldiades, e que ameaça uma crise política e que ameaça um momento de instabilidade. Esta não é a forma correta de lidar com os problemas”, disse.
“O PM fez hoje um repto, atirando a responsabilidade para os restantes partidos. Nesta manobra fez uma pergunta clara e o meu objetivo é responder: não, não temos confiança neste primeiro-ministro”, disse Mortágua.
No que toca à moção de censura, Mariana Mortágua diz que vai avaliar, depois de conhecer o texto apresentado pelo PCP.
PS votará contra moção de confiança: «Vitimizou-se…»
“O primeiro-ministro não respondeu a perguntas, vitimizou-se a atacou toda a gente, foi prepotente e irresponsável. Prepotente porque não respeita as instituições, nas últimas semanas, não respeita os portugueses ao não dar esclarecimentos, as mais elementares regras democráticas”, tirou o líder do PS, Pedro Nuno Santos.
O socialista acusou ainda Luís Montenegro de preferir “jogos políticos e de querer provocar uma crise”. “Toda a gente percebeu o que aconteceu: vender a quota que detinha numa sociedade de advogados para criar uma empresa que lhe permitiu continuar a receber, exercendo funções de liderança no PSD e no país”.
E a “transação da quota aos filhos não resolve nenhum problema”, porque o “estrago está feito”, continuou. “Quebrou-se uma relação de confiança com o povo português. O primeiro-ministro não esteve em exclusividade nos últimos 10 meses e preferiu fazer um discurso que não é claro, que não revela coragem de um líder político”, sublinhou.
ovilaverdense@gmail.com
(em atualização)