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Petição para afastar Ivo Rosa da magistratura reúne mais de 70 mil pessoas

Mais de 70 mil pessoas já tinham assinado ao final da tarde deste sábado uma petição pública que pede o afastamento do juiz Ivo Rosa, responsável pelo caso da Operação Marquês, da magistratura.

Vítor Manuel de Magalhães Miranda Neves, o autor da petição, acredita que Ivo Rosa “não tem perfil, rigor e equidade para exercer” o cargo de juiz.

A petição surge depois de o juiz ter decidido que o antigo primeiro-ministro José Sócrates vai a julgamento por seis crimes (três de branqueamento de capitais e três de falsificação) dos 31 de que estava indiciado, fazendo cair as acusações relativas a corrupção passiva; e por ter arrasado a acusação do Ministério Público, classificando-a de “inócua, pouco rigorosa, fantasiosa, inconsistente, com puras especulações”.

O texto da petição acusa Ivo Rosa de ter violado vários artigos da Lei do Estatuto dos Magistrados Judiciais (nomeadamente o artigo que determina que os juízes devem julgar apenas à luz da Constituição) e o Compromisso Ético Dos Juízes Portugueses constituído pela Associação Sindical dos Juízes Portugueses.

Vítor Neves argumenta ainda que a conduta de Ivo Rosa tem sido “posta em causa” pelo Ministério Público e pelos juízes desembargadores por “sistematicamente violar as leis” nas decisões que toma, colocando em xeque o dever à independência, imparcialidade e integridade.

O documento recorda que Ivo Rosa absolveu o chamado ‘Gangue do Multibanco’, alegadamente envolvido em assaltos violentos, e que decidiu não levar a julgamento o marroquino Abdesselem Tazi, à época indiciado por terrorismo – uma decisão revertida depois pelo Tribunal da Relação de Lisboa.

É por isso que, para Vítor Neves e as dezenas de signatários da petição, a conduta de Ivo Rosa é demasiado “dúbia” para ser responsável pelo processo da Operação Marquês.

“Este processo exige o total esclarecimento e condenação, se ficar provado, de todos aqueles que lesaram Portugal e os portugueses”, diz a petição.

A mensagem da petição está endereçada ao Presidente da Assembleia da República (Eduardo Ferro Rodrigues), à Provedora de Justiça (Maria Lúcia Amaral) – uma mulher, embora o documento se dirija a ela no masculino — e ao Presidente do Supremo Tribunal de Justiça (António Joaquim Piçarra).

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