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PJ trava esquema de legalização de imigrantes ilegais em massa

Um grupo criminoso foi travado pela Polícia Judiciária (PJ), por se dedicar à legalização «irregular e massiva» de estrangeiros em Portugal. Os lucros obtidos ficam pela ordem dos milhões de euros.

A operação, denominada “Gambérria”, resultou na detenção de 13 pessoas, sendo sete homens e seis mulheres. Estão, entre estes, vários empresários, uma advogada e, ainda, uma funcionária da Direção-Geral dos Assuntos Consulares e das Comunidades Portuguesas do Ministério dos Negócios Estrangeiros.

Foram realizadas, ao todo, 40 buscas domiciliárias e não domiciliárias em Coimbra, Espinho, Carregal do Sal, Amadora, Odivelas, Loures e Lisboa.

Ainda em curso, a investigação já foi iniciada em setembro de 2023. As autoridades apontam que o grupo operava na «legalização irregular e massiva de cidadãos estrangeiros em Portugal, obtendo proventos financeiros na ordem dos milhões de euros»

Os imigrantes, enquanto “clientes” dos detidos, pagavam quantidades elevadas para conseguirem a legalização em Portugal. Os estrangeiros eram recrutados pelo grupo criminoso através de esquemas em diversos países, com promessas de contratos de trabalho, Número de Identificação Fiscal (NIF), Número de Identificação de Segurança Social (NISS), Número de Utente do SNS (Serviço Nacional de Saúde), tradução e certificação de registos criminais, abertura de contas bancárias e atestados de residência.

A investigação mostrou, ainda, que muitos dos imigrantes legalizados pelo grupo criminoso, figuravam estar a trabalhar e viver em Portugal, estavam na verdade noutros países europeus.

PJ apreende carros de luxo e imóveis ao grupo criminoso

A PJ apreendeu diversas documentação para legalização irregular, equipamentos informáticos, 11 veículos automóveis, alguns dos quais de alta cilindrada, aproximadamente um milhão de euros, em numerário, duas presas de elefante em marfim com cerca de 50 kg, artigos adquiridos com os proventos do crime e outros utilizados na falsificações de documentos.

Destes, destaca-se um selo branco encontrado e apreendido numa empresa onde seriam ‘validados’ milhares de certificados de registo criminal de cidadãos estrangeiros.

O Gabinete de Recuperação de Ativos – Centro interviu e os inspetores apreenderam, também, seis imóveis, dois prédios rústicos e quatro urbanos, destes uma vivenda e três apartamentos. Estão congeladas 35 contas bancárias, dois produtos financeiros da empresa de jogos BETANO e uma conta de cripto-ativos da BINANCE.

Os detidos vão ser presentes às autoridades para aplicação de medidas de coação. Têm entre os 26 e 64 anos e nenhum antecedente criminal conhecido.

O grupo enfrenta acusações de auxílio à imigração ilegal, associação de auxílio à imigração ilegal, corrupção, branqueamento de capitais e falsificação de documentos.

A operação contou com 200 elementos da PJ, dois Juízes, uma Procuradora da Republica e representantes da Ordem dos Advogados.

Foi levada a cabo com a colaboração operacional e técnica de outras Unidades da PJ, concretamente Unidade Nacional Contraterrorismo, Unidade Nacional de Combate à Corrupção, Unidade Nacional de Combate ao Cibercrime e à Criminalidade Tecnológica, Diretoria de Lisboa e Vale do Tejo, Unidade de Prevenção e Apoio Tecnológico, Unidade de Armamento e Segurança, Laboratório de Polícia Científica, Unidade de Perícia Tecnológica e Informática e Unidade de Perícia Financeira e Contabilística.

ovilaverdense@gmail.com

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