PAÍS

PAÍS -

Portugal foi distinguido com três ‘Prémios Europa Nostra’

Portugal foi distinguido com três Prémios Europa Nostra Portugal foi distinguido com três Prémios Europa Nostra em 2024, na área do Património Cultural, graças ao Museu Nacional Resistência e Liberdade – instalado na Fortaleza de Peniche –, ao programa governamental “Saber Fazer” e ao projeto de recuperação da tecelagem tradicional de Almalaguês, em Coimbra.

O Museu Nacional Resistência e Liberdade, localizado numa antiga prisão política da ditadura do Estado Novo (1933-1974), foi premiado na categoria de Conservação e Reutilização Adaptativa. A sua reabilitação ficou a cargo do Ateliê AR4, sob coordenação do arquiteto João Barros Matos. O espaço museológico foi inaugurado a 27 de abril de 2024, assinalando o 50.º aniversário da libertação dos presos políticos, e tem como principal missão preservar e transmitir a memória da resistência ao regime fascista português.

A Fortaleza de Peniche é Monumento Nacional desde 1938.

Na área da Educação, Formação e Competências, o galardão foi atribuído ao programa “Saber Fazer”, uma iniciativa pública que visa proteger e valorizar as artes e ofícios tradicionais. Este programa reconhece a produção artesanal como uma atividade economicamente viável e relevante para o património cultural, promovendo técnicas como o barro negro, bordados, cestaria, cutelaria, rendas de bilros, palitos de Lorvão e a construção de violas de arame.

Por sua vez, o projeto “Almalaguês – Tecer o futuro com a tapeçaria do tempo” foi distinguido na categoria Envolvimento dos Cidadãos e Sensibilização. A iniciativa tem como objetivo revitalizar a tecelagem tradicional daquela freguesia de Coimbra, envolvendo ativamente a população local e, sobretudo, os jovens.

A edição de 2024 dos Prémios Europa Nostra contou com 251 candidaturas provenientes de 41 países. A seleção esteve a cargo de um júri composto por 11 especialistas europeus em património cultural, divididos por categorias.

Este ano, registou-se um acréscimo de 45 candidaturas e a participação de mais cinco países em relação a 2023.

Os vencedores finais de cada categoria serão anunciados a 13 de outubro, numa cerimónia em Bruxelas, no edifício Flagey, no âmbito da Cimeira Europeia do Património Cultural, que se realizará entre 12 e 14 de outubro. O evento contará com a presença de Glenn Micallef, comissário europeu para a Juventude, Cultura e Desporto, e do historiador Hermann Parzinger, presidente executivo da Europa Nostra.

Será também revelado o vencedor do Prémio Escolha do Público, que receberá um valor de 10 mil euros, com votação aberta até 12 de setembro através da internet.

As categorias dos prémios são: Conservação e Reutilização Adaptativa, Investigação, Educação/Formação/Competência e Envolvimento/Sensibilização dos Cidadãos.

Na categoria de Conservação e Reutilização, além do museu português, foram premiados projetos de países como Áustria, Bélgica, Chipre, Grécia, Polónia, Espanha e Reino Unido.

Na área de Investigação, destacaram-se iniciativas da Bélgica, Noruega, Espanha e um consórcio internacional coordenado pelos Países Baixos.

Na Educação e Formação, além do “Saber Fazer”, foram reconhecidos projetos da Alemanha, Roménia, Eslováquia e do Vaticano, este último com a Escola de Artes e Ofícios da Fábrica de S. Pedro.

A categoria de Envolvimento dos Cidadãos premiou nove projetos, incluindo o de Almalaguês. Estão também incluídas iniciativas da Bulgária, Finlândia, França, Ucrânia e Lituânia, Polónia, Sérvia e Espanha.

Na categoria Campeões do Património, foram homenageadas personalidades como o arquiteto paisagista Peter Latz (Alemanha), a curadora Inge Bisgaard (Dinamarca) e a etnógrafa moldava Varvara Buzilă. A Moldova, apesar de não integrar o programa Europa Criativa, foi uma das três nações externas à UE com projetos distinguidos – as outras foram o Reino Unido e o Vaticano.

Os Prémios Europa Nostra promovem boas práticas no setor do património europeu, incentivando a cooperação internacional e a criação de redes colaborativas.

Criados pela Comissão Europeia em 2002, os prémios são atualmente geridos pela organização Europa Nostra, presidida pela cantora lírica italiana Cecilia Bartoli, com representação em Portugal pelo Centro Nacional de Cultura.

ovilaverdense@gmail.com

Partilhe este artigo no Facebook
Twitter
OUTRAS NOTÍCIAS

PUBLICIDADE