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Portugal, por onde vamos?

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Pertenço a uma geração que vive em muito melhores condições do que os meus avós, fruto de conquistas como a democracia, a liberdade, a integração europeia e a globalização que nos ajudaram a atingir patamares de desenvolvimento económico e social que nunca na nossa História havíamos atingido. Hoje, tal como ontem, enquanto povo, caracterizam-nos a “generosidade, o desleixo… um espírito prático, sempre atento à realidade útil. A viveza… A esperança constante nalgum milagre que sanará todas as dificuldades… a vaidade, o gosto … de luzir, e uma simplicidade tão grande” (A Ilustre Casa de Ramires, Eça de Queirós). Isto, não sendo um facto, traduz o lado mais emotivo daquilo que eu acredito ser o tronco comum que faz de nós Portugueses. 

Mas, deixando de lado as emoções e centrando-me nos factos, tenho acompanhado algumas das informações disponibilizadas pelo Instituto +Liberdade, organização que foi criada em 2021 e que, através de uma rubrica denominada +Factos, nos tem revelado dados sobre os mais diversos aspetos da sociedade portuguesa. Sempre me habituei a ver o meu país nos últimos lugares da Europa no que respeita a dados estatísticos de âmbito socioeconómico e as publicações do +Factos têm contribuído para eu vincar, ainda mais, esta ideia, um pouco cliché, que enraizei ao longo dos anos, de que somos, de facto, pequenos e periféricos, apesar de a nossa História nos tentar desmentir o presente e nos querer dizer o contrário. Mas enfim, até o nosso hino nos pede para levantar, “hoje de novo o esplendor de Portugal”.

De entre algumas informações apresentados no +Factos, destaco que a recuperação da economia portuguesa pós-pandemia é uma das mais lentas da União Europeia (8ª pior vs. 2019) e que, no conjunto das economias mais pobres da UE, Portugal é a quarta economia que irá crescer menos entre 2019 e 2027, atrás de países do leste Europeu como a Roménia, Estónia, Lituânia e Letónia. Também a taxa de inflação em Portugal atingiu, em março de 2022, o valor mais elevado desde 1994. O Orçamento para 2022 estima uma taxa de inflação de 4%, o governo arrecada mais receitas, mas o aumento salarial na função pública não passa dos 0,9%. E com isto, vemos o país perder poder de compra. O mesmo país que bate recordes de carga fiscal, cada vez mais asfixiante e que mina o crescimento económico. Somos, hoje, um país que cobra mais de 4300 taxas que aumentam a complexidade fiscal e comprometem a nossa competitividade. Precisamos de menos impostos, dando às famílias mais poder de compra e melhorando o seu nível de vida. Segundo o +Factos, um português precisa de trabalhar dezanove horas para conseguir um bilhete para final da Eurovisão. No Luxemburgo, Dinamarca ou Países Baixos bastam sete. Até a Estónia está melhor! Temos que fomentar a atividade empresarial, mas vivemos num país onde é cada vez mais difícil ser empresário; como se não bastasse, também somos um país centralista e que funciona a velocidades diferentes consoante a morada fiscal. Precisamos de desburocratizar processos, mas a cada dia que passa assistimos a mais ineficiência e burocracia na nossa administração pública; na minha profissão sou forçado a lidar cada vez mais com papéis e menos com doentes e sinto que esta tendência vai agravar-se. É assim nas escolas onde são mais importantes as evidências de uma ata ou de um relatório do que o trabalho de campo (muitas vezes não mensurável) que os professores fazem junto dos alunos. E é assim, também, nas autarquias, nos tribunais e em muitos outros setores.  Necessitamos de criar riqueza e mais crescimento económico, mas o que vemos é a pobreza a aumentar e cada vez mais pessoas dependentes do Estado. A mesma dependência do Estado que, no meu entender, vai ajudando o socialismo a perpetuar-se no poder. E, assim, desde 1995, já contamos com vinte anos (não consecutivos) de governos socialistas. Para o bem e para o mal, há uma grande responsabilidade deste partido no estado geral em que nos encontramos. E assim vamos continuar. Pelo menos por mais quatro anos. 

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