O Partido Popular Monárquico (PPM) vai juntar-se ao PSD e CDS-PP na coligação Aliança Democrática para as próximas eleições, explicando os social-democratas que quiseram recuperar integralmente esta aliança “para apresentar ao país a alternativa reformista e moderada” necessária.
“O PSD comunica que o PPM vai integrar a coligação Aliança Democrática em conjunto com o CDP-PP. O PSD quis assim recuperar na integra a antiga Aliança Democrática para apresentar ao país a alternativa reformista e moderada que Portugal precisa”, pode ler-se num comunicado enviado pelo partido liderado por Luís Montenegro.
Também em comunicado, o PPM referiu que, na última segunda-feira, o Conselho Nacional do partido reuniu-se “para deliberar a respeito da realização de uma coligação eleitoral com o PSD e o CDS-PP no âmbito das eleições legislativas nacionais de 10 de março de 2024”.
“Na reunião em causa, o Conselho Nacional do PPM deliberou, por unanimidade, integrar a coligação ‘AD — Aliança Democrática’ no âmbito das próximas eleições legislativas nacionais, após a conclusão, com êxito, das negociações que os partidos mantiveram nas semanas anteriores, ultrapassando assim as dificuldades iniciais na formalização do acordo”, acrescenta ainda.
Em 21 de dezembro, foi conhecido que os presidentes do PSD e do CDS-PP iam propor aos órgãos nacionais dos seus partidos uma coligação pré-eleitoral, a Aliança Democrática, para as legislativas de março e as europeias de junho, que incluirá também “personalidades independentes”.
Esta decisão do PPM, de acordo com o comunicado do partido, teve em consideração o “património político comum” na área da AD — Aliança Democrática desde 1979, a “existência de uma coligação prévia, dos três partidos, no âmbito das eleições legislativas da Região Autónoma dos Açores”, bem como “a confluência de posições a que se chegou no âmbito da proposta conjunta que será apresentada ao eleitorado nas eleições legislativas nacionais de 10 de março e a necessidade, premente e patriótica, de ajudar o país através da integração do partido numa alternativa reformista e moderada que impeça a eternização do PS no poder”.
Por esses motivos, o partido monárquico “subscreve o conjunto de princípios programáticos que constam do comunicado conjunto do PSD e do CDS-PP, do dia 21 de dezembro de 2023, que comunicou a constituição da Aliança Democrática”.
O comunicado desta quarta-feira é em termos bem diferentes daquele que o PPM divulgou quando foi conhecido o acordo entre PSD e CDS-PP. Nessa altura, o partido referiu que foi convidado a integrar a coligação, na condição dos seus “candidatos integrarem lugares não elegíveis”.
“Assim, as condições que nos foram propostas, e o curtíssimo prazo para responder que nos foi dado, foram por nós interpretadas como tendo um caráter humilhante para um partido que completa 50 anos de história no próximo ano, que já integrou o Governo da República e a Assembleia da República (entre 1979 e 1983) e integra hoje o Governo Regional dos Açores e o Parlamento dos Açores. Entre a notoriedade política que nos daria a integração na nova AD e a desonra de participar nas condições descritas, escolhemos a defesa da honra e da dignidade da nossa instituição”, condenou então.
O PPM considerava nesse comunicado datado de 22 de dezembro que uma coligação entre PSD e CDS-PP não poderia “ser anotada com a designação de ‘AD – Aliança Democrática’ no Tribunal Constitucional”.
“O PSD e o CDS-PP podem utilizar outras designações históricas que os incluíram apenas aos dois, como “Portugal à Frente”, mas nunca a AD, cujo património político e legal também nos pertence”, avisava.