VILA DE PRADO

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Prado recupera secular ‘Corrida do Galo’ de Francelos

A tradicional corrida do galo de Francelos, na Vila de Prado, vai realizar-se no próximo domingo, a partir das 15h00. A secular tradição, que envolvia as comunidades escolares, contempla ainda a leitura do ‘Testamento do Galo.

A TRADIÇÃO  

Aproveitando a linhas escritas pela Professora Isabel Araújo, ela escreve que da tradição da corrida do galo em Francelos, que se manteve por muito anos naquele espaço escolar, é desconhecida a sua origem.

«Pelo que se sabe, na freguesia de Prado ela apenas se realizava nesta escola. Mas, como o exemplar do ” Testamento que fez um Gallo ” (Viana – 1872 ), era pertença de António José de Araújo, natural de Anais – Ponte de Lima, tudo leva a crer que esta festa se efectuava em várias outras localidades das redondezas mesmo no concelho de Vila Verde pois parece que ainda hoje se mantém na escola de Aboim da Nóbrega. Desde que o funcionamento das aulas se passou a fazer em casa doada ao Estado para esse efeito pelo Sr. Francisco Lopes Ferraz ( pai da professora D. Aurora que por isso ali colocada em exercício ), no lugar de Francelos, a corrida do galo tinha lugar no largo de S. Tiago que servia de recreio da escola. Nos primeiros tempos fazia-se na tarde do chamado ” Domingo Gordo.  ” ( Domingo antes da 3ª feira de Carnaval). O dinheiro para a compra do galo era angariado por cada aluno, a parte feminina comprava uma galinha e quando restava dinheiro compravam ovos. Enfeitavam um carrinho ( miniatura dos tradicionais carros de bois ) com canas e mimosas para guardarem o galo. Faziam uma ” loca ” no terreiro, onde metiam o galo, e tapavam-na com o caniço de um carro de bois. O testamento do galo era lido de cima de um sobreiro existente no largo e ao fim da leitura um aluno com os olhos vendados e com uma espada tentava descobrir o lugar da ” loca “. Quando batesse com a espada no caniço este era retirado e o galo pondo-se em fuga era perseguido por todos os alunos e era apanhado por aquele que o conseguisse caçar.

Esta corrida era observada por muitas pessoas que se deslocavam propositadamente ao local para assistirem. No fim da corrida o galo, a galinha e os ovos eram metidos no carrinho e levados à casa da professora (D. Aurora que morava junto à ponte de Prado ) que como recompensa oferecia uns rebuçados.

Mais tarde quando passou a não ser uma única professora a leccionar, a corrida passou a realizar-se na Sexta-feira antes do ” Domingo Gordo “, mas efectuava-se nos mesmos moldes.

Os alunos faziam cartolas de papel, os que pudessem iam vestidos de camponeses e lavradeiras e as meninas levavam cestinhas com os ovos. Cantavam-se e dançavam-se músicas regionais».

A tradição caiu em desuso, depois da desativação daquele espaço escolar, mas o Centro de Cultura e Convívio da Vila de Prado, entidade que agora ocupa o espaço, prepara-se para recuperar a tradição.

ovilaverdense@gmail.com

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