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Precisamos da variante a Vila Verde

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Sendo utópico pensar que podemos reduzir a sinistralidade rodoviária a zero, devemos, pelo menos, pugnar por aproximá-la ao máximo desse intento. Portugal tem, felizmente, conhecido, ao longo das últimas décadas, uma melhoria significativa nesta matéria – em 1995 morriam mais de 2000 pessoas por ano nas estradas portuguesas e, em 2019, esse valor foi reduzido para 474 vidas. Se recuarmos um pouco mais no tempo, percebemos, a título de exemplo, que, em 1989, éramos o país da Comunidade Europeia com a taxa mais elevada de mortalidade decorrente de acidentes rodoviários e com maior taxa de vítimas mortais por atropelamento. No início da década de 90, “o perigo mais grave com que o português comum se via confrontado era a eventualidade de morrer num desastre rodoviário” (in Portugal Saído das Sombras – Da Revolução de 1974 até ao Presente, Neill Lochery). Era a época em que Portugal se encontrava na cauda da Europa em quase todos os indicadores socioeconómicos, triste sina interrompida, de vez em quando, por sucessos desportivos que, de alguma forma, nos massajavam o ego, como o ouro olímpico de Carlos Lopes em Los Angeles 84 ou de Rosa Mota em Seul 88. 

Desde então, com o contributo dos fundos comunitários, aumentamos e melhoramos substancialmente o nosso mapa rodoviário com a construção de inúmeras autoestradas que ligam Portugal de norte a sul, do litoral ao interior e nos permitem ombrear com os países mais desenvolvidos da Europa. Porém, a rede de estradas nacionais continua a ter uma intensa circulação de veículos, carecendo da manutenção adequada e necessária como nos demonstra o recente Estudo EuroRAP (European Road Assessment Programme) que avaliou os 4880 Km de vinte estradas nacionais (35% da Rede Rodoviária Nacional), selecionadas devido ao seu elevado nível de sinistralidade registado entre 2010 e 2016 – responsáveis por 43% das mortes registadas em Estradas Nacionais, Regionais, Itinerários Complementares e Itinerários Principais.  Do total de faixas rodoviárias analisadas, 2520 Km (52%) têm a classificação de 1 ou 2 estrelas (numa escala de 1 a 5) e apenas 6% dos quilómetros analisados têm boa ou muito boa qualidade (4 ou 5 estrelas). São números preocupantes que merecem um olhar cuidado por parte do poder político que deve encarar como altamente prioritária a requalificação destas estradas onde se incluem, troços de várias rodovias localizadas na região norte como a mítica e velhinha EN 101 que serve, entre outros, o nosso concelho de Vila Verde. Sabemos que a sinistralidade rodoviária depende de inúmeros fatores, como sejam os que se relacionam com os comportamentos dos condutores e dos peões, mas também das condições de segurança dos veículos circulantes e das faixas de rodagem. Soube-se, recentemente, que vão ser instalados radares em várias estradas nacionais, incluindo na descuidada EN 101, num investimento global a rondar os 8,5 milhões de euros. Sendo importantíssima a redução da sinistralidade rodoviária em Portugal, aplaudo todas as medidas (como esta) que dão contributos nesta matéria. Porém, não seria mais urgente e benéfica a requalificação da EN 101 e a construção da variante a Vila Verde? Temos de nos unir e lutar para que o poder central dê ouvidos à população do concelho de Vila Verde e aos agentes políticos locais que, há décadas, têm lutado pela concretização desta obra. Não nos interessam apenas medidas para aliviar sintomas. Queremos mais do que isso. A cura passa pelo investimento na requalificação das nossas infraestruturas rodoviárias, sobretudo daquelas que mais contribuem para os números de sinistralidade no nosso país. 

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