O Prémio Camões relativo a 2020 vai ser entregue no sábado, na reitoria da Universidade do Minho, em Braga, à família de Vítor Aguiar e Silva, que morreu em setembro do ano passado.
A entrega do galardão, no valor pecuniário de 100.000 euros, realiza-se no âmbito do XXV Colóquio de Outono, de homenagem a Vítor Aguiar e Silva, promovido pela Escola de Letras, Artes e Ciências Humanas da Universidade do Minho.
O Prémio Camões distinguiu Vítor Aguiar e Silva em reconhecimento da “importância transversal da sua obra ensaística” e do seu “papel ativo relativamente às questões da política da língua portuguesa e ao cânone das literaturas de língua portuguesa”, segundo o comunicado divulgado pelo júri da 32.ª edição do galardão, em outubro de 2020.
O ensaísta Vítor Aguiar e Silva, que morreu a 12 de setembro do ano passado, era professor da Universidade do Minho (UMinho) desde 1989 e tinha sido professor catedrático do Instituto de Letras e Ciências Humanas, tendo fundado e dirigido o Centro de Estudos Humanísticos e a revista Diacrítica.
Desempenhou também as funções de vice-reitor da UMinho, de junho de 1990 a julho de 2002, quando se aposentou.
Ao longo da carreira, o ensaísta recebeu vários prémios, entre os quais o Prémio Vergílio Ferreira 2002, atribuído pela Universidade de Évora, o Prémio Vida Literária, em 2007, instituído pela Associação Portuguesa de Escritores e pela Caixa Geral de Depósitos e o Prémio Vasco Graça Moura de Cidadania Cultural, instituído pela Estoril Sol, em 2018.
A 05 de outubro de 2004, foi agraciado pelo Presidente da República, Jorge Sampaio, com a Grã-Cruz da Ordem da Instrução Pública.
O prémio vai ser entregue à filha do distinguido, Joana Aguiar e Silva, que usará da palavra, numa sessão que contará também com intervenções do reitor da UMinho, Rui Vieira de Castro, do jurado Carlos Mendes de Sousa, do ministro português da Cultura, Pedro Adão e Silva, e, por vídeo, da ministra brasileira da Cultura, Margareth Menezes.
A cerimónia conta ainda com um momento musical protagonizado pela soprano Sara Braga Simões, acompanhada pelo pianista Luís Pipa, que interpretarão Três Redondilhas de Luís de Camões, compostas por Jorge Croner de Vasconcelos (1910-1974).
A cerimónia encerra com o Coro de Câmara da Universidade do Minho, sob direção do maestro Vítor Lima.
Este ano foram também entregues o Prémio Camões relativo a 2019, ao compositor e escritor brasileiro Chico Buarque, o referente a 2021, à escritora moçambicana Paulina Chiziane, e o de 2022, ao brasileiro Silviano Santiago.
O Prémio Camões de literatura em língua portuguesa foi instituído por Portugal e pelo Brasil em 1988, com o objetivo de distinguir um autor “cuja obra contribua para a projeção e reconhecimento do património literário e cultural da língua comum”.
Foi atribuído pela primeira vez, em 1989, ao escritor Miguel Torga.
O Prémio Camões, este ano, foi atribuído ao ensaísta, tradutor, crítico literário, cronista e professor João Barrento.