O presidente da Câmara Municipal de Melgaço manifestou a sua solidariedade com os pescadores que esta quinta-feira exigiram a retoma da safra à lampreia, que deveria ser retomada a 15 de Fevereiro.
Falando à meia centena de proprietários de pesqueiras de Melgaço que exigiam ao Governo que permita a pesca da lampreia nas pesqueiras no Troço Internacional do Rio Minho (TIRM), tal como acontece do lado espanhol desde 15 de Fevereiro, Manoel Batista, manifestou “absoluta solidariedade” com a Associação A Batela e com os pescadores.
“A preocupação das nossas gentes é legítima. Vivemos tempos difíceis social e economicamente, e esta actividade assume uma função determinante como complemento no sustento económico de muitas famílias”, afirmou durante a acção de protesto.
O autarca realçou que “na Galiza a pesca lúdica não é alvo de proibição, surgindo assim uma situação desigual, contrária ao regime de exploração comum, criando-se uma situação de disparidade entre as comunidades piscatórias de Portugal e de Espanha, facto que contraria os pressupostos do uso comum do TIRM – Troço Internacional do Rio Minho”.
A situação, referiu, “já se verificou por ocasião da primeira vaga pandémica, existindo o bom senso de, estudada a situação, ter-se decidido, e bem, permitir esta arte de pesca”, sublinhando que “estão reunidas todas as condições de segurança para que a actividade retome”.
Manoel Batista mostrou-se ainda “desapontado” com o Ministério dos Negócios Estrangeiros, que a exemplo do que acontece no lado galego “deveria ter aberto esta excepção”.
Já o presidente da Associação A Batela, Venâncio Fernandes, considerou “incompreensível” a proibição da safra.
“Não compreendo porque, se posso ir para o campo, para uma horta, para as vinhas porque é que não posso vir à pesqueira, e se olho para o lado espanhol e vejo as pesqueiras armadas”, afirmou Venâncio Fernandes.
“Sendo o rio internacional porque é que nós não podemos vir às pesqueiras”, questionou o responsável associativo.
Recorde-se que a pesca da Lampreia em Melgaço teria o seu início normal a 15 de Fevereiro, mas, em virtude do Estado de Emergência, foi suspensa.
O rio Minho concentra, nas duas margens, só no troço de 37 quilómetros, entre Monção e Melgaço, cerca de 900 pesqueiras para a lampreia, sável, truta, salmão e savelha.