O Presépio Vivo da Paroquia de São Tiago de Priscos, na Arquidiocese de Braga, está a ser este ano construído com o apoio de seis reclusos do Estabelecimento Prisional de Braga no âmbito de um protocolo com a Direcção Geral de Reinserção e Serviços Prisionais. Em troca recebem 420 euros.
Em entrevista ao portal ‘Ponto J’, o pároco de Priscos salienta a importância deste género de projectos como forma de “não fechar portas”, mas dar mais “uma oportunidade” a quem errou e está a procurar reabilitação.
O padre João Torres, que trabalha na Pastoral Penitenciária da Arquidiocese de Braga, frisa que muitas vezes estas pessoas só precisam “que acreditem nelas” para deixar para trás “os gritos de desespero” que resultam de decisões mal tomadas e “que tantas vezes matam por dentro”.
Nos últimos quatro anos, já passaram pelo projecto ‘Mais Natal Priscos’ cerca de 30 reclusos e o balanço, de acordo com o padre João Torres, tem sido muito positivo.
“Grande parte deles voltou à vida com trabalho, constituíram família ou muitos que já tinham família voltaram a sonhar e a acreditar que é possível ter uma vida diferente daquela que os levou à prisão”, realça aquele responsável.
Os reclusos que participam na elaboração no presépio vivo de Priscos chegam às 8h30 e trabalham até às 17 horas. “Eles têm um ordenado de 420 euros e aprendem um ofício relacionado com a área da construção civil”, acrescenta o pároco de Priscos.