OPINIÃO –

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Presos por ter cão e por não o ter

Longe vão os tempos em que, no concelho de Vila Verde, se falava daquilo que estava por fazer. Fala-se, hoje, daquilo que foi feito, do muito que está a ser feito e do que ainda vai ser feito. Aqui como em outros locais, é-se, no entanto, preso por ter cão e por o não ter.

Se não se fazia, era porque não se fazia. Agora (há já mais de duas décadas), que se faz, lá vão emergindo os velhos do Restelo a propalar o que está mal e a vaticinar as maiores desgraças em tudo e mais alguma coisa.

Se as escolas estavam velhinhas e a meter água e frio por tudo quanto era lado, bradava-se que se tinha um parque escolar obsoleto e terceiro-mundista. Hoje, o parque escolar está completamente remodelado e modernizado, ajustado aos novos tempos e o poder local até investe (e não é pouco) em estabelecimentos da alçada e da responsabilidade da Administração Central. Antes as estradas eram sinuosas, estreitas e esburacadas. Hoje, são amplas, cómodas, seguras e funcionais. No pretérito, os serviços básicos (água, saneamento…) chegavam a diminutas parcelas do território, mas hoje estendem-se a um ritmo e numa amplitude antes impensáveis, chegando a um número crescente de habitações.

Em tempos idos, o lazer e o desporto eram apanágio de algumas elites, mas, nos tempos que correm, os polidesportivos, os pisos sintéticos e os equipamentos de lazer e piscinas já cobrem significativas manchas do território e estão acessíveis à generalidade da população. A organização de grandes eventos desportivos, no capítulo da canoagem – Campeonato da Europa, Taça do Mundo e Campeonato do Mundo de Maratona -, com a marca do profissionalismo e da eficiência, unanimemente reconhecida, projetou a Vila de Prado e o concelho na região, no país e no mundo.

A praia fluvial do Faial é uma referência e atrai milhares de veraneantes das mais díspares proveniências. A Feira dos Vinte, na Vila de Prado, readquiriu uma pujança assinalável, atraindo agentes económicos, visitantes e convivas de múltiplas paragens.

A atividade cultural, outrora episódica, floresce agora sob o impulso de um aturado trabalho de planeamento e estruturada por programações consistentes e dinâmicas que também projetam sobremaneira o território e o afirmam como uma referência na salvaguarda, promoção e valorização integrada de tradições, de sinergias endógenas e de um empreendedorismo sem par na região.

A requalificação do antigo edifício da Cooperativa da Vila Verde está em curso e evolui no sentido da emergência de um moderno e apelativo conceito de atividade lúdica, cultural e mesmo socioeconómica multifacetada, com um dinamismo muito próprio que, previsivelmente, irá acrescentar um elevado valor à sede concelhia em matéria de atratividade para diferentes públicos.

A mobilidade sustentável está aí em favor de um paradigma de fruição dos espaços e dos equipamentos urbanos à luz de uma convivência harmoniosa de diferentes utentes e meios de transporte (peões, ciclistas, automobilistas, cidadãos com mobilidade condicionada…), respeitando e melhorando o ambiente e criando todas as condições para que valores inalienáveis, como a segurança e o bem-estar da população local e dos visitantes estejam salvaguardados. As estatísticas falam-nos de números animadores na instalação de empresas no território concelhio e na criação de emprego e o empreendedorismo agrícola é auspicioso.

Ouvir falar disto e de tudo o mais que vai sendo feito (até das lombas e das rotundas), por muitas que sejam as críticas (mesmo quando desconhecem o resultado final de obras ainda em progresso), é bem melhor do que se nós, Vilaverdenses, tivéssemos que ouvir que nada se fazia. Muitíssimo melhor!

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