Demorou quase 20 anos para reabilitar, mas foi finalmente inaugurada em Prisco, em Braga, a Casa do Abade, que acolhe um Centro Interpretativo. Aqui a figura do criador do célebre doce com chouriço – Pudim Abade de Priscos – é destaque.
A Paróquia de Priscos precisou, ao longo de duas décadas, de cerca de 840 mil euros para que a Casa do Abade e Centro Interpretativo conte agora a sua história, partindo do legado dos sacerdotes que por ali passaram e onde ‘abade gastrónomo’ ou ‘papa dos cozinheiros’, natural de Turiz, em Vila Verde, esteve 47 anos e onde desenvolveu a sua veia culinária.
“Os abades são inquestionavelmente os maiores protagonistas da história de Priscos”, lê quem visita o Centro Interpretativo, instalado no imóvel que foi residência paroquial de uma comunidade cujas origens são anteriores à própria nacionalidade, facto comprovado por documentação escrita ali retratada.
Entre os abades, está naturalmente o abade Manuel Joaquim Machado Rebelo, o nosso Abade de Priscos, que vários cozinheiros dizem ser um dos maiores cozinheiros portugueses do século XIX.
O que ali não se encontra é o célebre livro de receitas, que trazia na sua maleta recheada de iguarias e temperos desconhecidos. No entanto, tal livro nunca foi encontrado. Aliás, segundo relatos das pessoas que conviveram com o abade vilaverdense, ele nunca escrevera tal livro, pois, segundo o próprio, as receitas estavam nos seus dedos e paladar.
Claro que em Priscos, a freguesia que organiza anualmente o Presépio ao Vivo, considerado o maior do mundo, o Centro Interpretativo dá-lhe o destaque que merece, ocupando quatro salas da Casa.
O Centro, inaugurado na presença do Arcebispo Primaz, D. José Cordeiro, e do vereador da Câmara Municipal, João Rodrigues, contou com o apoio de 85 mil euros para fazer face aos 90 mil euros em que estava orçado.
O pároco João Torres diz que outro apoio veio da população da freguesia. Sem ela não haveria Casa e Centro, que já pode ser visitado por marcação prévia.
ovilaverdense@gmail.com
