O projecto Hercules, liderado pela investigadora Ivone Martins, foi distinguido na V edição dos Prémios Zendal pelo seu potencial no combate à doença de Alzheimer, foi anunciado esta segunda-feira.
Utilizar tecnologia baseada em bacteriófagos (ou fagos – vírus de bactérias), para intervir precocemente na degeneração neuronal associada ao Alzheimer, é o objectivo do projecto coordenado por Ivone Martins, do Centro de Engenharia Biológica (CEB) da Universidade do Minho (UMinho).
O projecto foi premiado com 40 mil euros na categoria de Saúde Humana na V Edição Internacional dos Prémios Zendal, atribuídos pelo grupo farmacêutico com sede em Espanha e presença em 65 países.
O método, que está a ser desenvolvido pelo grupo do CEB, conhecido pela sua segurança e eficácia representa uma nova esperança para o diagnóstico numa fase inicial, além de apresentar um elevado potencial terapêutico.
INIBIR PROGRESSÃO DA DOENÇA
O CEB explica que a doença de Alzheimer, que é a causa mais comum de demência a nível mundial, tem vindo a tornar-se cada vez mais frequente com o envelhecimento da população.
O que o Hercules – Bacteriófagos para combater a doença de Alzheimer propõe é uma alternativa eficaz para identificar esta condição, muito antes de surgirem os primeiros sintomas, e tentar inibir a progressão da doença.
Usados para combater infecções bacterianas há mais de um século, os fagos têm vindo também a servir como veículos para administração de compostos terapêuticos de forma dirigida, dada a sua facilidade de manuseamento e versatilidade de manipulação.
No âmbito deste projecto do CEB, em colaboração com a Universidade de Amesterdão, fagos manipulados geneticamente são utilizados para detectar um peptídeo responsável pela degeneração neuronal que acontece no tecido cerebral, e que começa a formar-se muitos anos antes dos primeiros sintomas.
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