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PS pede “relocalização” de ginásio em Braga mas Câmara não cede

O vereador do PS na Câmara de Braga Ricardo Sousa sugeriu  a “relocalização” de um ginásio previsto para a Rua Luís Soares Barbosa, naquela cidade, alertando que se poderão “perder vidas” com a poluição decorrente do empreendimento.

Falando na reunião quinzenal do executivo, Ricardo Sousa disse ainda que “todos vão sofrer no futuro” se a Câmara insistir naquela localização e apelou ao diálogo entre todas as partes, de forma a encontrar um espaço alternativo.

“São vidas que se podem perder no futuro com a poluição e nós não poderemos lavar as mãos, que o sangue será nosso”, referiu. Lembrou que o projecto tem sido contestado pelos moradores, que “estão a ser abalroados por uma decisão política”.

Na resposta, o presidente da Câmara, Ricardo Rio, disse que a decisão está tomada e que o promotor avançará com a obra quando assim o entender. “A Câmara não se pode reger em função do nível da contestação”, referiu.

MORADORES CONTESTAM

Um grupo de moradores tem vindo a contestar a construção de um complexo desportivo privado, com ginásio e piscina, num “espaço verde” da Rua Luís Soares Barbosa, em São Victor, Braga, Em causa um espaço onde, em 2015, a câmara tinha plantado cerca de 50 árvores, tendo na altura o vereador do Ambiente, Altino Bessa, dito que aquele seria o novo “pulmão verde” da cidade.

Para os moradores, a câmara, ao permitir agora a construção de um complexo desportivo, está a pôr os “interesses imobiliários” à frente dos interesses ambientais e de quem ali vive, eliminando “o único espaço verde” ali existente. Segundo Ricardo Rio, não se trata de um espaço verde, mas sim de um local destinado a equipamentos, adiantando que, se não fosse o ginásio, provavelmente ali nasceria uma creche.

O autarca já lembrou que foi cumprida “toda a tramitação formal em vigor”, que as licenças estão emitidas e que o contrato está feito. Disse ainda que algumas das árvores vão ser “reaproveitadas naquele mesmo local e outras em locais a definir”.

Explicou também que, em termos legais, o projecto resulta de um concurso público para a concessão da exploração de um terreno municipal para a instalação de um complexo desportivo, cujo lançamento foi aprovado em reunião de executivo municipal, a 26 de novembro de 2018.

Em resultado da concessão, e para lá das taxas e licenças aplicáveis, o município “realizou um encaixe superior a um milhão de euros, já integralmente liquidado pela concessionária”. A câmara pretende ainda encaixar mais 700 mil euros em taxas adicionais, mas a empresa contesta e já pôs o caso em tribunal.

Na sua contestação, os moradores dizem que o complexo previsto “nada acrescenta à zona”, uma vez que há nas imediações dois ginásios e o Complexo Desportivo da Rodovia, as Piscinas Municipais e os campos de ténis.

Sublinham que o empreendimento irá também provocar um aumento de circulação na zona, que “já é caótico”, e provocar “grandes transtornos” no acesso ao hospital.

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