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PS vota contra contas de 2018 e fala em «manobras contabilísticas pouco claras»

Os vereadores do PS no executivo municipal de Vila Verde falam em «falta de credibilidade» no relatório de contas de 2018. «Reflete manobras contabilísticas pouco claras e mesmo assim uma dívida de 16 milhões», avançam os eleitos socialistas, em nota enviada à nossa redacção. «Comprova a “distribuição” de 3 milhões de euros em ajustes diretos, comprovou-se o “apagar” de dívidas que estavam certificadas pelos revisores de contas e há literalmente milhões de euros em rúbricas classificadas como “Outros”, não sendo explícito como e onde são gastas tais verbas», acrescentam, justificando – desta forma – o voto contra.

Os vereadores do PS sublinham «a ausência da Certificação Legal das Contas emitida pela sociedade revisora, atestando a conformidade dos valores apresentados». Assinalam mesmo a preocupação com os «gastos em ajustes diretos (sem concurso)», que ascendem – segundo os mesmos – «a mais de 3 milhões de euros».

Na óptica dos eleitos socialistas, «esta é uma preocupação central já que foram surgiram várias notícias que dão conta da distribuição de dinheiro junto de empresários ligados ao PSD de Vila Verde, pretende-se saber quem são as empresas “escolhidas” e que receberam estes ajustes e consultas de 3 milhões de euros. Se têm ou não ligações partidárias e se há ou não vários empresários, com várias empresas a prestar serviços à autarquia, contornando a Lei. Ficamos sem resposta».

Neste domínio, criticam a postura do Presidente de Câmara: «em vez de dar as explicações que previamente solicitamos sobre o assunto, resolveu dar instruções aos serviços para que não fosse facultada a informação aos vereadores sem pelouro. Em função deste comportamento, pairam fortes suspeitas sobre a forma como a câmara “distribui” anualmente esta verba e se não o estará a fazer por “amiguismo” ou “partidarismo”».

Na sequência, questionam como a autarquia «gasta milhões em rúbricas pouco claras, classificadas como “Outros”. Há despesas de representação e deslocação avultadas que carecem de profundo escrutínio e explicações. Questionamos concretamente estes movimentos, solicitando que nos apresentassem extratos contabilísticos justificativos dos valores e não obtivemos nenhuma resposta».

As dúvidas estendem-se ao «aumento inexplicável de 10.000% (dez mil por cento) das Provisões do Exercício, numa manobra que tudo indica servir para abater valores às dívidas, e que o presidente da câmara não soube explicar», bem como «aos 350 mil euros em Correções Relativas a exercícios anteriores, que o presidente da câmara também não foi capaz de explicar».

De resto, vincam que «foram constituídas provisões no valor de 1,5 milhões de euros para responsabilidades relativas a processos judiciais. Este é o valor que a autarquia conta ser obrigada a pagar em tribunal. Muito grave». E vão mais longe:  «a autarquia apenas executou 1,8 milhões de euros de fundos comunitários quando se propôs executar 8,3 milhões. Um verdadeiro falhanço que indicia mau planeamento e incapacidade para acompanhar a dinâmica nacional».

CONTAS “APAGADAS”

Os vereadores do PS abordam ainda a despesa municipal: «ficou demonstrado que contas não refletem o real estado financeiro da autarquia. O melhor exemplo disso é o facto da responsável pela Divisão de Administração e Finanças (DAF) assumir por escrito que “apagou” uma dívida de 26 mil euros a uma entidade externa à autarquia».

As dúvidas estendem-se ainda ao património: «a autarquia vendeu um terreno em 2005. De forma estranha o valor da alienaçã0 (117 mil euros) aparece refletido nas contas de 2018. A Câmara vendeu em 2005 e só recebeu agora? Ou vendeu em 2005 e recebeu em 2005 e apenas registou agora? A quem vendeu? Dúvidas que o presidente da câmara também não esclareceu».

Concluem: «aguardamos que nos próximos dias o presidente da câmara se digne prestar todos os esclarecimentos que foram solicitados por email e que ficaram registados na ata da reunião de hoje».

ovilaverdense@gmail.com

 

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