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QI vs QE – O que precisam as empresas?

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Artigo de Margarida Dias

Enquanto crescia sempre me disseram que o mais importante era ser inteligente, tirar boas notas, saber coisas. Depois era só escolher uma área para me especializar, tirar uma licenciatura, talvez um mestrado e, quem sabe, um doutoramento! E de certeza que alguma entidade me daria um salário justo em troca desse conhecimento e inteligência.

Quando a última crise chegou o discurso mudou ligeiramente. Como a quantidade de pessoas com formação era superior aos lugares disponíveis, já não bastava ser inteligente. Tinha que ser a mais inteligente, a melhor do curso, tinha que me esforçar para ter o melhor curriculum possível. “Para te destacares” diziam.

Por sorte, nasci numa família onde esta influência da sociedade era filtrada e nunca senti essa pressão. Digo “por sorte” porque assim que entrei para o mundo do trabalho pude comprovar como a sociedade estava errada. O melhor trabalhador não é o que tirou as melhores notas, nem o que tem doutoramento, ou o que frequentou a universidade mais conceituada.

O melhor trabalhador é aquele que sabe adaptar-se às circunstâncias e imprevistos do dia-a-dia; aquele que tem maior capacidade de foco; que procura melhorar a forma como exerce a sua função em cada dia; ou que muitas vezes se disponibiliza para fazer algo que está fora do âmbito das suas funções para resolver um problema que ele próprio identificou; aquele que se responsabiliza e assume as consequências do trabalho que faz e das decisões que toma; o que é humilde e ouve o líder e os colegas; é também aquele que tem coragem para questionar e dizer o que pensa sem medo da crítica; o que tem interesse genuíno no sucesso da organização onde trabalha; o que emprega, em tudo o que faz, a intenção de chegar aos objetivos definidos, mesmo que nem sempre seja reconhecido por isso.

Posto isto, deixo algumas recomendações:

– Aos estudantes: procurem ter bons resultados, mas preocupem-se mais em se desenvolverem enquanto pessoas.

– Aos recrutadores: selecionem os melhores CVs sim, mas aquele que teve uma experiência fora do país ou que fez mais atividades extracurriculares talvez possa ser mais valioso do que o que teve a média do curso mais alta.

– Aos pais e educadores: incutam o esforço acima do resultado conseguido; a responsabilidade acima da capacidade intelectual; a proatividade acima da busca pelo reconhecimento e a colaboração acima da competição.

É mais fácil medir por números (notas, horas de formação, rankings, etc.), mas essa não é necessariamente a forma mais correta de medir o valor de um estudante ou trabalhador.

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