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Quando a menopausa se torna um problema

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Por Luís Sousa
Médico

A menopausa é uma etapa normal da vida da mulher, que se inicia quando a menstruação deixa de ocorrer surgindo, habitualmente entre os 45 e os 55 anos. Nesta fase da vida da mulher, os ovários vão diminuindo a produção hormonas sexuais e, por isso, a mulher deixa de ter capacidade reprodutiva.

Diz-se que uma mulher está em menopausa quando não teve nenhum período menstrual durante 12 meses consecutivos.

Apesar da menopausa ser uma etapa normal e fisiológica, ela pode associar-se ao surgimento de algumas situações de saúde, como por exemplo os afrontamentos, as queixas urinárias e vaginais, insónias ou a perda de densidade óssea podendo originar osteoporose. É, portanto, uma fase mais sensível da vida de uma mulher que se associa ao surgimento de sinais e sintomas que podem ser desconfortáveis e com potencial para perturbar o seu bem-estar e qualidade de vida.

Os calores ou afrontamentos são sensações de calor intenso, geralmente na parte superior do tronco, pescoço e cabeça que, por vezes, se associam a palpitações e rubor facial. Habitualmente duram poucos minutos e acontecem de forma espontânea com mais frequência no primeiro ano após a última menstruação.

As queixas urinárias mais frequentes são a incontinência urinária, com perdas de pequenas quantidades de urina, sobretudo com os espirros, a tosse ou os esforços físicos que aumentem a pressão intra-abdominal. As mulheres podem ainda desenvolver infeções urinárias de repetição e sensação de urgência de urinar ou aumento da frequência.

Podem também surgir algumas queixas vaginais, como a secura ou desconforto, alterações que podem comprometer o desejo e o ato sexual. As insónias perturbam o padrão do sono e são causadas, em parte, pelos afrontamentos noturnos, mas podem, também, resultar de um aumento da ansiedade da mulher.

A perda de densidade óssea ocorre de forma natural ao longo da vida, mas é mais marcada nas mulheres em menopausa. Daí que as mulheres em pós-menopausa tenham um risco aumentado de desenvolver osteoporose e, com isso, tenham um risco mais significativo de fraturas ósseas. Por isso que é recomendado o rastreio da osteoporose a todas as mulheres com mais de 65 anos (ou mais precocemente se outros fatores de risco), através da realização de densitometria óssea.

Apenas uma em cada dez mulheres recorrem ao médico por sintomas relacionados com a menopausa e a maioria até nem necessita de tratamento. Nas situações em que os sintomas são ligeiros, a mulher pode realizar algumas atividades simples que podem ajudar, nomeadamente a realização de exercício físico, uso de roupas leves, diminuição da ingestão de algumas substâncias (como o café, picantes, álcool e tabaco) e manter uma boa higiene do sono. Se, por outro lado, os sintomas são de maior intensidade que não consiga tolerar e com interferência significativa no seu dia-a-dia, poderá recorrer ao seu Médico de Família para discutir os possíveis tratamentos, os seus riscos potenciais e também os seus benefícios.

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