Está quase aí a edição de 2025 daquela que é uma das Feiras de Fumeiro mais populares. O cartão de visita de Montalegre enche o Parque de Exposições e Feiras de Montalegre (Pavilhão Multiusos) de enchidos típicos e tradicionais.
A Feira do Fumeiro e Presunto de Barroso começou em 1992. Segundo o Município, hoje em dia, são mais de 50 mil as pessoas que se deslocam até à terra para provar e comprar as iguarias de fumeiro apresentadas na festa.
O certame é organizado pela Câmara Municipal de Montalegre e, desde 2002, essa organização é feita em conjunto com a Associação dos Produtores de Fumeiro da Terra Fria Barrosã.
Na primeira edição, o evento contou com 35 produtores e 1226 kg de produto vendido. Esse começo, conta-se, foi difícil. Os grandes produtores não precisavam do fumeiro e até se sentiam «envergonhados» por admitir publicamente que os seus enchidos assim eram produzidos.
O fumeiro era prática de produtores mais pequenos. A Comissão Organizadora adotou uma estratégia. Ia a casa dos produtores buscar os produtos que, depois, eram pesados e atribuídos a um preço, vendendo sem nome do seu produtor.
No terceiro ano, já muitos produtores permitiam o uso de seu nome e marca. Foi no quinto ano que se permitiram a estar eles mesmos presentes na Feira do Fumeiro. Em 199 realizou-se a primeira feira com todos os produtores presentes.
Os números de visitantes e produto vendido vão, ano após ano, em crescimento exponencial. Em 2016, a Feira chega ao Parque de Exposições e Feiras de Montalegre, onde conseguiu as condições ideais.
Além das barraquinhas para comprar enchidos e conhecer os produtores, estarão disponíveis outras quatro a cargo de restaurantes locais.
Nelas, recomenda-se uma paragem para provar o cozido, característico desta época do ano e enchidos como salpicão, chouriça, alheira e o presunto de Barroso.
A “Praça de Petiscos” , no pavilhão desportivo, vai contar com apresentações, colóquios e presença de diversas personalidades do Estado Português.
«A opção estratégica da Câmara Municipal de Montalegre em realizar este certame, foi cimentada na convicção de que o fumeiro e o presunto, que sempre se produziram nesta região, eram de alta qualidade e tinham um nicho de mercado capaz de o absorver. No entanto, pensamos que o sucesso crescente da Feira do Fumeiro e Presunto de Barroso e das dinâmicas que lhe estão adjacentes se deve, sobretudo, à metodologia de organização utilizada, assente sempre num modelo de gestão e avaliação participativa», avança o Município.
Feira é preparada um ano antes
Logo que termina uma edição, pensa-se logo na outra. O sistema de controlo inicia no mês de fevereiro do ano anterior, com a inscrição dos produtores e número de animais que pretendem criar para produzir fumeiro.
Durante o ano, todos os produtores são visitados, de uma forma aleatória, por uma Comissão, constituída também por produtores, para controlo de qualidade.
Os produtos passam pela Comissão de Controlo, constituída pelo veterinário municipal e dois elementos conhecedores da confeção do fumeiro tradicional que avaliam. Passando «no teste», podem ir para a Feira, para serem apreciados pelos visitantes.
Produtores jovens estão a ser capacitados para não se perder o saber
Enquanto os produtores que mantêm o «saber» vão envelhecendo, há um esforço para que os jovens continuem este legado.
Há aposta em métodos mais modernos, com as exigências atuais do mercado. As cozinhas tradicionais da casa barrosã, onde se produzia o fumeiro, são hoje cozinhas de produção.
Várias estão a ser licenciadas.
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