Cinquenta e sete anos depois, os restos mortais do 2º Cabo Aquilino da Silva Gonçalves foram depositados no cemitério da freguesia de Ponte S. Vicente, Vila Verde, sua terra natal, onde nasceu a 10 de Dezembro de 1939. Combateu em Angola, no B.A. do R.A.L.1, onde morreu ao serviço da Pátria em 15 de Outubro de 1961.
Depois de um longo processo, «de muitas burocracias» e de «muitos apoios da Liga dos Combatentes» e de «muito dinheiro e tempo gastos», a irmã, Otília da Silva Gonçalves, conseguiu a trasladação a 13 de Abril de 2018. Hoje cumpriu «uma longa e desgastante caminhada. Tenho o meu coração mais confortado. É um misto de alegria e muita tristeza».
A Liga dos Combatentes Portugueses, que apoiou financeiramente grande parte do processo de trasladação, deixa um lamento: «nesta hora, deveríamos contar com mais apoio do Governo Português. É um processo muito demorado e Angola pede mesmo muito dinheiro para trasladar os corpos. Temos que olhar por esta geração, prestar honras, pelo que deram à Pátria».
Os restos mortais de Aquilino Gonçalves jaziam numa campa do cemitério do Sassa, província do Bengo, onde permaneciam desde Outubro de 1961.
A exumação dos restos mortais deste antigo cabo do Exército português, do Batalhão de Artilharia 147, foi concluída na passada quinta-feira, no cemitério abandonado nos arredores da cidade do Caxito, a mais de 60 quilómetros de Luanda.
O processo do cabo Aquilino Gonçalves foi fechado num tempo recorde de quatro meses, o segundo conduzido por Carlos Rosa, um emigrante português que vive em Angola desde 2009, onde trabalha numa construtora, e que, nos últimos seis anos, também se tem dedicado a seguir o rasto de ex-militares cujos restos mortais nunca chegaram a ser recuperados pelas famílias, em Portugal.
O funeral decorreu esta tarde, na igreja de Ponte S. Vicente, com honras militares.
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