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Revelados vestígios arqueológicos “mais velhos que a Sé de Braga”

Uma intervenção arqueológica junto à Sé de Braga identificou vestígios que são mais velhos do que a própria catedral, podendo remontar ao século V.

Segundo a arqueóloga e professora do Departamento de História do Instituto de Ciências Sociais da Universidade do Minho Fernanda Magalhães foram encontrados elementos “que podem estar associados a um altar”.

“Trata-se de um edifício que vai pelo menos desde o século V até à atualidade e que é mais antigo do que a Sé de Braga, isso é seguro”, referiu.

Em causa uma intervenção arqueológica que está a decorrer num edifício da Rua Senhora do Leite, junto à Sé de Braga, cujos resultados preliminares foram apresentados publicamente esta quinta-feira, no âmbito do programa da Braga Romana.

Fernanda Magalhães disse que para já é “tudo muito preliminar”, uma vez que a intervenção arqueológica ainda não terminou, pelo que ainda se está “na base das hipóteses”.

“Podemos ter ali um ou vários edifícios, que podem ter uma função civil ou religiosa”, referiu.

Lembrou que por baixo da Sé de Braga já existe uma basílica paleocristã que foi identificada nos trabalhos arqueológicos realizados nos anos 90, admitindo que os vestígios agora encontrados poderão ser uma continuidade dos então detetados.

“Estamos a juntar os dados, isto é um puzzle”, sublinhou.

Segundo adiantou, o projeto de arquitetura da obra no edifício da Rua Senhora do Leite foi reformulado de forma a integrar os vestígios arqueológicos encontrados.

“Já integra quatro zonas de ruínas que serão musealizadas e que a população poderá visitar”, referiu.

Disse ainda que todo o custo da musealização será suportado pelo privado dono da obra.

“Isso é de destacar. A cidade vai poder usufruir e tudo vai ser pago por um privado”, disse Fernanda Magalhães.

O presidente da Câmara de Braga, Ricardo Rio, manifestou-se “feliz” pelos vestígios encontrados e pela respetiva musealização, numa ótica de enriquecimento do passado da cidade.

O autarca sublinhou que este é um ano “especialmente bom” para a arqueologia da cidade, destacando a intervenção em curso no Convento S. Francisco, o início do processo para a musealização da Ínsua das Carvalheiras e os projetos de valorização do Museu D. Diogo de Sousa.

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