O Festival Literário Utopia, realizado em vários locais da cidade da Braga, tem contado com a presença de várias personalidades da literatura, música e artes que, ao longo destes dias, têm protagonizado diferentes momentos, como workshops, podcasts, masterclasses, entrevistas e mesas de debate.
Quase a terminar, o festival tem ainda várias propostas, com nomes como Paula Hawkins, Jeremy Dauber, Ricardo Araújo Pereira, José Luís Peixoto, Capicua ou Valter Hugo Mãe. A entrada é livre.
Com 16 atividades programadas, sábado vai ser o dia mais preenchido do Utopia. Começa com Pedro Mexia como convidado da última sessão do curso “Direito e Literatura”. Será pelas 10h00, no Espaço Vita.
Mais tarde, às 14h30, o auditório do Espaço Vita vai receber uma das sessões mais aguardadas: a conversa entre Ricardo Araújo Pereira e o autor e professor de literatura judaica e de estudos americanos, Jeremy Dauber, que recentemente editou em Portugal o livro “Os Judeus e a Comédia”.
Uma conversa para abordar o humor judaico e suas influências na comédia contemporânea. Na sua obra, Dauber explora o facto de “tudo ser suscetível de se tornar matéria humorística – a perseguição, a diáspora, o sionismo”.
Já para os amantes de thrillers, a Capela do Espaço Vita vai receber, às 17h30, a sessão “A sangue-frio: como se mata na literatura policial”. A atividade conta com os autores Filipa Amorim e João Tordo e moderação de Patrícia Müller.
O foco estará nos processos e nas razões que orientam a escrita de ficção policial, destacando os mistérios que capturam o interesse dos leitores. A tarde de sábado fica ainda marcada pela presença de um fenómeno mundial de vendas.
Depois do sucesso de “A Rapariga no Comboio” – a sua primeira obra, que tem mais de 20 milhões de livros vendidos em todo o mundo –, Paula Hawkins chega ao Utopia para uma entrevista realizada pela jornalista Ana Daniela Soares.
A tarde de sábado leva a Braga o jornalista e autor Paul Caruana Galizia para uma conversa com o ministro dos Negócios Estrangeiros, Paulo Rangel. Natural de Malta, Paul Caruana Galizia é filho da jornalista e ativista Daphne Caruana Galizia, assassinada em 2017. Desde então, Paul e a família têm trabalhado em prol da luta pela justiça à morte de Daphne, tendo criado uma fundação dedicada ao apoio e defesa do jornalismo de investigação. O convidado lançou em 2023 o livro “A death in Malta”. Um momento do ciclo “Utopia Europa”, que conta com a curadoria e moderação de Bruno Dias Pinheiro.
ÚLTIMO DIA COM VÁRIAS PROPOSTAS
Patrícia Müller iniciou a sua carreira de argumentista em 2002, sendo autora de vários sucessos televisivos, como “Madre Paula”, “Uma Senhora Nunca” ou “A Generala”. No domingo, a escritora e argumentista lança um desafio: “Como escrever uma série policial?”. O curso decorre na sala P. António do Espaço Vita, às 10h00, e vai abordar as noções de ideia, sinopse, estrutura e diálogos, realizando-se também exercícios práticos focados no género policial, com o objetivo de munir os participantes de noções básicas de como escrever um guião.
Já a partir das 16h00, no auditório Espaço Vita, Valter Hugo Mãe – um dos principais autores portugueses da atualidade –, vai dar a conhecer o seu percurso de vida, revelando os seus maiores desafios a nível pessoal e profissional e como conseguiu ultrapassá-los. Também neste horário, mas na sala P. António, realiza-se o Quiz Literário. Desenvolvido pelo host Jorge Nabais, o quiz vai testar o conhecimento dos participantes com perguntas sobre música, história, arte e, claro, literatura.
Numa vertente mais lírica, Raquel Marinho vai recriar, a partir das 17h00, na capela Espaço Vita, o conceito do seu podcast “O Poema Ensina a Cair”. Com a participação de Capicua – rapper e escritora portuguesa –, a conversa terá como ponto de partida os poemas da vida da convidada.
O encerramento do Festival Literário Utopia fica ao cargo da “Escola Ent’ Artes”, com o espetáculo de dança “Symphony of Silence”. A produção inspira-se nas obras de Luís Vaz de Camões e expressa as emoções presentes nos sonetos e épicos do poeta, explorando uma coreografia que realça a dicotomia entre o som e o silêncio.