Na sessão do “Mediterranean Urban Migration Forum”, que decorreu em Sevilha na passada quinta-feira, Ricardo Rio, presidente da Câmara Municipal de Braga, tornou-se um dos signatários da “Carta de Lampedusa”.
Este é um documento orientador para as políticas de acolhimento e coesão, que define a visão de Governo para as medidas de mobilidade humana, numa acção que surge promovida pela “UCLG – United Cities and Local Governments” e que juntou vários políticos de todo o mundo.
No âmbito do processo de criação da Carta de Lampedusa, a sessão explorou sobretudo o papel da juventude e da solidariedade territorial como motores de uma nova governação para a migração que inclua e beneficie todas as pessoas e territórios.
Na sua intervenção, o autarca bracarense defendeu uma visão estratégica para dar resposta à crise de migração em duas dimensões: a política e a prática, utilizando como exemplo as políticas publicas adoptadas na gestão municipal de Braga.
«Importa olhar para o problema e transformá-lo em oportunidade», começou por referir, afirmando que «quem chega aos nossos territórios pode representar uma oportunidade e um activo fundamental».
«As pessoas migrantes, em especial as mais jovens, podem representar uma mais-valia importante na nossa sociedade, desde que se criem mecanismos para tal», defendeu Ricardo Rio, que realçou ainda que estas pessoas podem ser «um apoio para uma nova vaga de crescimento».
Assim, o edil destacou que devem ser «implementadas políticas públicas de bem-estar para todos», de forma a que os migrantes «sejam sinónimo de integração e de crescimento das nossas economias e dos nossos territórios».
LAMPEDUSA É FOCO DE CRISE HUMANITÁRIA
A ilha de Lampedusa é, frequentemente, um local de desembarque de refugiados vindos do norte de África, sendo que todos os meses, centenas de imigrantes desembarcam nesta ilha italiana que passou a ser o foco de uma crise humanitária.
Esta ilha tornou-se um importante ponto para refugiados, sobretudo provenientes do continente africano e das regiões de conflitos, movidos pela vontade de ter uma vida melhor na Europa.
Assim, este local acabou por se tornar uma “ponte” entre os continentes europeu e africano.