O presidente da Câmara de Braga, Ricardo Rio, endereçou ao Governo uma carta com um conjunto de contributos relativos ao Plano de Recuperação e Resiliência (PRR), onde exige a afectação «mais equilibrada dos recursos» e inclusão de projectos estratégicos para o concelho.
A missiva foi dirigida ao Primeiro-Ministro, António Costa, ao Ministro do Ambiente e Transição Climática, João Matos Fernandes, e ao Ministro do Planeamento, Nelson Souza.
No documento, o autarca critica a «falta de auscultação dos agentes do território, a subvalorização das verbas a alocar à região Norte, a concentração de recursos nas áreas metropolitanas e a omissão de projectos capazes de melhor concretizar as diversas dimensões do PRR no território, em linha com as prioridades da União Europeia».
Para além desta visão «excessivamente centralista», Ricardo Rio considera ser uma «fonte de desilusão» o parco estímulo à competitividade e à capacitação do tecido empresarial e o «flagrante esquecimento» das áreas da cultura e do desporto enquanto motores de desenvolvimento do território e promoção da coesão social.
O autarca espera que o Governo reformule o PRR, garantindo «uma afectação mais equilibrada e harmoniosa dos recursos disponíveis que vá ao encontro das aspirações dos territórios, alinhando os projectos com as metas que se pretendem atingir».
A carta elenca um conjunto de prioridades para Braga identificadas pelo executivo municipal que devem estar abrangidas pelo PRR. Os projectos identificados incluem, ao nível da mobilidade urbana sustentável, a implementação do BRT – Bus Rapid Transit para Braga.
«Em função do seu potencial, flexibilidade e custo, considera o executivo ser a solução de transporte colectivo que melhor se adapta à dimensão da cidade, em detrimento de outras opções com menos premência e verbas adstritas exageradas para os quilómetros de linha incluídas nesta versão do PRR», refere.
Quanto à rede viária, estão sinalizadas pelo executivo a finalização da variante do Cávado (ligação Frossos-Ferreiros), «uma obra estruturante e estratégica que reduzirá fluxos de atravessamento na malha urbana e a redução dos níveis de poluição», assim como a extensão da mesma variante do Cávado até aos Parques Industriais de Pitancinhos (Palmeira) e Adaúfe, «melhorando a circulação de tráfego mercantil em zonas onde estão instaladas centenas de empresas com forte vocação exportadora».