Rui Rio, presidente do PSD, afirmou este domingo, em Braga, que o combate à corrupção passa por dar mais meios humanos à PJ e à Procuradoria-Geral da República (PGR) e não tanto por alterações legislativas. Quem está na “linha na frente” do combate à corrupção é o sistema de justiça, “não é a política”, a qual tem de dar “os instrumentos e as leis necessárias”.
“A política tem efectivamente alguma responsabilidade no combate à corrupção, mas quem está na linha da frente do combate e de acabar com a corrupção é o sistema de justiça, não é a política”, disse Rui Rio, quando desafiado por um militante durante a sessão ‘Conversas Centrais’, que decorreu na cidade de Braga, a falar sobre a temática da corrupção.
Rio disse que a “política tem de dar ao sistema de justiça os instrumentos e as leis necessárias para poderem actuar, e a esse nível no que concerne particularmente aos recursos, sejam humanos sejam técnicos”.
“Mas eu também não consigo compreender e vejo às vezes algumas entrevistas de alguns membros do sistema de justiça muito indignados com a corrupção, quando lhes compete a eles, em primeira linha, condenar os corruptos, julgar os corruptos e meter os corruptos na cadeia”, afirmou.
“Com isto não estou a dizer que a política não tem responsabilidades, mas vamos centrar onde estão as responsabilidades, está no dar os meios adequados à PJ e à Procuradoria-Geral da República e esses meios devem ser dados efectivamente, sejam humanos sejam outros meios”, continuou.
O líder social-democrata disse ainda não lhe parecer que “o mal esteja neste momento nas leis”, lembrando que foi aprovado recentemente “um pequeno pacote relativamente à corrupção por unanimidade na Assembleia da Republica”.
“Vamos lá ser claros, nós precisamos de um sistema judicial que saiba funcionar direito para realmente combater a corrupção como se impõe que deva ser combatida. Não podemos é dizer que tem que haver separação de poderes, mas depois a política é que tem que resolver aquilo que cabe à justiça resolver, justamente no quadro da separação de poder”, frisou.
Rio referiu ainda que “não é a política que se vai meter nas sentenças e dizer quem é que deve ser investigado e como deve ser e quando deve ser, nada disso, isso é que seria estar a misturar as coisas”.
“Tem que estar obviamente separado, mas agora cada um assume as suas responsabilidades e não é dizer que a culpa está sempre do lado do sistema político”, salientou Rui Rio, que se fez acompanhar no arranque da campanha por André Coelho Lima, cabeça-de-lista por Braga.