O deputado do PSD Rui Silva questionou o actual director da Polícia Judiciária Militar (PJM) sobre a acção do major Roberto Pinto da Costa, natural de Parada de Gatim, Vila Verde, sobre o desaparecimento de armas dos paióis nacionais de Tancos.
«Foi-nos dito pelo director da Polícia Judiciária que o major Pinto da Costa teve conhecimento antecipado da possibilidade de existência do furto. Acha normal que um oficial e um investigador com tanta experiência não tenha reportado esse facto ao director da Polícia Judiciária Militar?», questionou.
Na resposta, o actual director da PJM, o capitão-de-mar-e-guerra Paulo Isabel, disse «não achar nada normal» tal situação, tendo em conta «gravidade e importância associada», embora aquela informação pudesse «até nem dar em nada».
«Desde estou em funções tive uma informação de um investigador da PJM sobre um assunto de segurança que poderia ter alguma influência interna. O que fiz foi contactar a senhora Secretária-Geral do Sistema de Segurança Interno e informá-la», disse.
Paulo Isabel, que sucedeu a Luís Vieira, garantiu preferir «dar informação por excesso do que pecar mais tarde».
«A informação é valiosa se nós a partilharmos, caso contrário não serve para nada», atirou, na resposta a uma das perguntas feitas por Rui Silva, na Comissão Parlamentar de Inquérito de Tancos.
O major Roberto Pinto da Costa, que exercia funções na Polícia Judiciária Militar, é um dos arguidos da Operação Húbris, que envolve o desaparecimento e recuperação das armas dos paióis de Tancos.