A Rusga de Merelim São Paio levou, nesta tarde de domingo, à sala do Capítulo do Mosteiro de Tibães, temas e cantigas da região, sob o lema “Memórias que o Povo Entoa”.
As tradições de um povo foram ali recordadas através do canto, das modas acompanhadas pelos instrumentos (principalmente de cordas e concertina), dança e, ainda, uma pequena peça teatral.
Tal como em tempos idos, nesta tarde de domingo, recordou-se, no interior do Mosteiro de São Martinho de Tibães, os lugares onde antigamente se juntavam aglomerações de populares para tocarem, cantarem e dançarem pelos caminhos que os conduziam até às vessadas, festas, ferias, romarias e outros.
Às vozes e aos belíssimos trajes de outrora, onde as linhas dos bordados se cruzam com o passar do tempo, junta-se o brilho do ouro, lembrando a expressão “ouro sobre azul”, conjugando-se tudo a preceito, de forma harmoniosa e com a beleza herdada dos nossos antepassados.
Os lenços, os xailes, os aventais, os socos, as chancas, os coletes, as camisas bordadas e as saias compridas são outros pormenores a saltarem às vistas de quem observa os elementos que compõem o grupo, o qual, com a sua brilhante actuação levou o(s) presente(s) a viajar no passado.
Fernando Machado, presidente, ensaiador e responsável pelos trajes da Rusga de Merelim São Paio, descreveu ao jornal “O Vilaverdense” aquele grupo.
COM ‘RAÍZES EM VILA VERDE’
Foi fundado em 01 de maio de 2010, apenas com instrumentos e vozes. Mais tarde, 2017/2018, fundou-se como grupo folclórico, acrescentando a parte das danças.
Rostos e músicas vilaverdenses ajudam a compor o grupo
Sendo Fernando Machado natural e residente em Cabanelas, quando entrou para o Grupo levou consigo familiares e alguns amigos, não sendo de estranhar por lá vários rostos vilaverdenses (de Atiães, Cabanelas, Soutelo…).
Pertencendo Merelim São Paio ao Baixo Minho, o presidente da Rusga achou por bem usar hoje algumas músicas de outros grupos/ranchos pertencentes ao concelho de Vila Verde.
“Rapazes de S. Mamede” (Rancho Folclórico de Escariz S. Mamede) e “Barqueiro” (Rancho Folclórico de Parada de Gatim) foram dois dos 19 temas lá interpretados.
«Aí estão as “Memórias que o Povo Entoa», explicava aquele responsável.
«Pegamos nessas músicas, algumas de ranchos de Vila Verde, convidamos o Grupo de Cavaquinhos para se juntar a nós e viemos mostrar quem somos», informou o presidente.
De “Capotilha”, da “Encosta”, “Domingueiro” e de “Feira” são alguns dos trajes usados pelos cerca de 55 elementos do Grupo.
«Noventa e nove por cento desses trajes são da minha colecção», afirmou Fernando Machado.
Durante o evento, houve ainda tempo para cantar os parabéns a um casal lá presente que hoje completava 50 anos de casados.
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Por Emílio Costa (CO 1179)