Em Portugal cerca 80% da população beneficia de serviço de saneamento básico. Este valor representa um progresso notável neste sector se considerarmos que em 1972 apenas 17% da população nacional tinha acesso a este serviço.
Todavia, o nosso executivo municipal preferiu outro tipo de investimentos não acompanhando este ritmo de crescimento e de acordo com a ERSAR apenas 30% do nosso concelho está coberto pelo serviço de saneamento. Números que são considerados insatisfatórios por esta entidade e que nos colocam a 2 lugares de distância do último classificado na região norte.
Este atraso na implantação do serviço de saneamento obriga maioria dos Vilaverdenses a recorrer a serviços alternativos para acautelar a drenagem das águas residuais. Sucede que a ausência de serviços municipais para o efeito força os nossos munícipes a recorrer a serviços particulares, assegurados maioritariamente por cisternas de agricultores, que acabam por fazer descargas daquelas águas directamente para o solo. Está circunstância representa, para além, dos evidentes constrangimentos para a qualidade de vida dos particulares, elevados riscos; quer para a saúde pública face ao forma como este facto potencializa a propagação de doenças; quer para a qualidade das massas de água que são fortemente afectadas. Para além disto os particulares ficam, ainda, sujeitos a severas coimas.
Tudo isto, condena, aqueles que ainda não beneficiam de saneamento a uma condição de clandestinidade e de indignidade com a qual não podemos conviver.
A pensar nesta situação propusemos em novembro de 2017 a criação de um serviço público municipal para a recolha de águas residuais, disponível para os munícipes que ainda não usufruem da rede de saneamento básico.
A proposta foi aprovada por unanimidade em reunião de Câmara e mereceu, ainda, com a mesma unanimidade – num raro momento de união entre as diversas forças políticas – um voto de louvor na Assembleia Municipal.
Porém, volvido mais de um ano desde aprovação da medida está tudo na m-e-s-m-a… ou pior porque depois de interpelado para esclarecer os ponto da situação o executivo municipal referiu, sem pejo nem memória, que afinal os privados asseguram este serviço com melhor preço insinuando que a medida aprovada ficará, afinal, na gaveta…
Urge, contudo, contrariar o destino a que a medida parece estar condenada, pois só com a sua aplicação acautelaremos os perigos e constrangimentos enunciados e asseguraremos um tratamento igualitário para aqueles que ainda não beneficiam do serviços de saneamento embora lhe tenha sido reiteradamente prometido nas campanhas eleitorais de 2009, 2013 e 2017…